Representantes da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo da Chapecoense (Afav-C) tiveram uma reunião com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, nesta terça-feira, dia 20, em Brasília. Os parentes buscam soluções para as indenizações relacionadas ao acidente. O ministro afirmou que a questão será levada ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) e ao Ministério das Relações Exteriores.
O acidente ocorreu em novembro de 2016. A aeronave da empresa LaMia, que levava a equipe da Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana, caiu na Colômbia. Morreram 71 pessoas, entre jogadores, dirigentes, funcionários, convidados, jornalistas e membros da tripulação. Seis sobreviveram à queda e um deles morreu em 2019, o jornalista Rafael Henzel.
A presidente da Afav-C, Fabienne Belle, afirmou que em 28 de novembro vence o prazo para qualquer tipo de ação judicial que possa ser tomada. “Fizemos todo um levantamento que aponta três responsáveis por essa tragédia: o governo da Bolívia, o governo da Colômbia, e a Corretora AON. Agora nós precisamos realmente do apoio do governo para que esse encaminhamento seja efetivado. Estamos correndo contra o tempo”, disse Belle, que é viúva do fisiologista Cesinha.
O encontro durou cerca de uma hora e meia. Durante a reunião, os familiares explicaram a situação ao ministro. Segundo dados levantados pela Associação, houve negligência por parte dos governos da Bolívia e da Colômbia ao permitirem o voo da Lamia sem a cobertura da apólice de seguro exigida de US$ 300 milhões. Com isso, os familiares estão tendo dificuldades para receber as indenizações.
A vice-presidente da Afav-C, Mara Regina D’Emílio Paiva, afirmou que saiu otimista da reunião. “Temos recebido muito apoio de parlamentares. Nesse momento, já lutamos tanto que vale a pena continuar insistindo. Tenho certeza que alguma coisa positiva vamos tirar disso”, disse ela, que é viúva do comentarista da Fox Sports, Mário Sérgio.
Responsabilidades
A investigação das autoridades concluiu que a queda da aeronave foi motivada por falta de combustível. Funcionários aeroportuários e de aviação civil e da LaMia foram apontados como culpados pelas graves falhas técnicas.
O procurador da República, Carlos Humberto Prola Júnior, disse ainda nesta quinta que na investigação brasileira foi detectada uma “sucessão de equívocos da empresa La Mia e uma operação irregular boliviana”, e que não há responsabilidade de brasileiros no caso.
A Chapecoense foi alvo de 43 ações cíveis após o acidente e conseguiu o acordo com quase metade.
Com informações G1 SC