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Juíza expede mandado de prisão contra o ex-presidente Michel Temer e Coronel Lima

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A juíza Caroline Figueiredo expediu mandado de prisão contra o ex-presidente Michel Temer (MDB), no início da tarde desta quinta-feira (9).

A decisão inclui o suposto operador do esquema de corrupção que desviou R$ 1,8 bilhão em obras da usina de Angra 3: seu amigo João Baptista Lima Filho, o Coronel Lima.

A magistrada, substituta na 7ª Vara Federal Criminal do Rio nas férias do juiz Marcelo Bretas, autorizou Temer e Lima a se apresentarem na sede da PF de São Paulo até as 17h.

A defesa de Temer já recorreu ao Superior Tribunal de Justiça. No pedido, a defesa alega que Temer nunca integrou organização criminosa e nem representa ameaça à ordem pública e nem às investigações.

Local incerto

A juíza, no entanto, transferiu para o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) – que cassou o habeas corpus dos dois nesta quarta (8) – a decisão de mantê-los ou não na capital paulista, como solicitado pelas defesas.

No pedido para que Temer não saia de São Paulo, seus advogados argumentam, por exemplo, que o ex-presidente mora com a família na capital paulista.

Caso haja autorização da 1ª Turma Especializada do TRF-2, a Superintendência da Polícia Federal em São Paulo será consultada para informar se tem condições de custodiá-lo.

Se não for possível, segundo a PF, que ele fique em São Paulo, Temer e Coronel Lima voltarão para onde ficaram presos no Rio: o ex-presidente na Praça Mauá, e Coronel Lima na Unidade Prisional da PM, em Niterói.

Liberdade cassada

A decisão da magistrada foi tomada após o TRF-2 derrubar o habeas corpus dado liminarmente, pelo desembargador Ivan Antonio Athié que colocava o ex-presidente da República em liberdade.

O TRF-2 derrubou um habeas corpus concedido liminarmente por um desembargador da própria Corte: o relator do processo, desembargador Antonio Ivan Athié.

Na quarta, ele foi o único que votou pela manutenção da liberdade. Votaram contra os desembargadores Abel Gomes e Paulo Espírito Santo.

Logo após a votação, Temer disse em São Paulo que considera a decisão“inteiramente equivocada sob o foco jurídico”.

Para a procuradora Mônica de Ré, a decisão “representa a Justiça diante de todas as provas apresentadas pelo Ministério Público”.

“Restabelecemos a verdade dos fatos com relação ao presidente Temer e ao coronel Lima. Com os dois presos, esse processo andará mais rápido.”

A acusação fala em corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

‘Garantia da ordem’

Por maioria, a Primeira Turma Especializada do TRF-2 entendeu que as prisões preventivas de Michel Temer e do coronel Lima “são necessárias para garantia da ordem pública”.

Promotores do Ministério Público Federal afirmaram que o grupo chegou a manter atividades de contra inteligência sobre investigações feitas pela Polícia Federal.

No inquérito, o MPF mencionou a possibilidade de destruição de provas e argumentou que a prisão domiciliar seria insuficiente para impedir crimes.

“Com os dois presos, facilitamos a investigação, que ainda está em andamento, e o processo andará mais rápido em primeira instância”, afirmou Mônica de Ré, procuradora da República.

‘Jacaré’

O relator do processo na 2ª instância da Justiça Federal, Ivan Athiê, foi quem se mostrou favorável à manutenção do habeas corpus de todos os acusados.

“Todos os fatos imputados são contextualizados até o ano de 2015, não tendo sido reportados fatos novos que ensejaria necessidade de medida extrema de encarceramento do paciente”, disse.

Na sequência, o desembargador Abel Gomes acompanhou o relator para manutenção do habeas corpus para a maioria dos acusados, entre eles Moreira Franco, ex-ministro e ex-governador do Rio. O magistrado, porém, foi favorável à prisão no caso de Temer e do Coronel Lima.

O voto de desempate veio do desembargador Paulo Espírito Santo, que defendeu a retomada da prisão de Temer e Lima.

“Eu não tenho a menor dúvida de que ele foi a base comportamental a partir de um determinado tempo para toda essa corrupção praticada, alegada corrupção, porque ele não é réu ainda, o ex-presidente”, disse Espírito Santo.

Outros suspeitos responderão em liberdade

Na mesma decisão, o TRF-2 manteve o habeas corpus concedido a outros seis envolvidos na Operação Descontaminação. Entre eles, o ex-ministro e ex-governador do Rio Moreira Franco.

  • Michel Temer, ex-presidente – voltará a ser preso
  • Coronel Lima, amigo de Temer – voltará a ser preso
  • Moreira Franco, ex-ministro do governo Temer – habeas corpus mantido
  • Maria Rita Fratezi, arquiteta e mulher do coronel Lima – habeas corpus mantido
  • Carlos Alberto Costa, sócio do coronel Lima na Argeplan – habeas corpus mantido
  • Carlos Alberto Costa Filho, diretor da Argeplan – habeas corpus mantido
  • Vanderlei de Natale, sócio da Construbase – habeas corpus mantido

Com informações G1

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