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Município do RS tem surto de toxoplasmose por causa de água contaminada

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O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, confirmou nesta quinta-feira, 21, que a causa do surto de toxoplasmose em Santa Maria tem origem na água. No entanto, disse que ainda é investigado se a contaminação aconteceu por meio do lençol freático, ou pela água fornecida pela rede de abastecimento da Corsan.

O balanço mais recente divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul aponta que foram confirmados 569 casos em 2018. O pico de registros ocorreu entre março e abril, sem novos casos confirmados com data de início de sintomas depois do dia 10 de maio.

O total de notificações chega a 1.430, sendo que 1.103 foram identificados como casos suspeitos. Seguem em investigação 312.

“A origem foi descoberta. Estamos vendo outro tipo de pesquisa para que possamos identificar como isso chegou na água que abastece Santa Maria […] Veio da água. Isso foi confirmado por técnicos do próprio Ministério da Saúde que estiveram aí no Rio Grande do Sul. Nós estamos vendo agora como isso pode ter chegado na água”, disse o ministro em entrevista à Rádio Gaúcha.

“Então, o que nós estamos trabalhando é para evitarmos a possibilidade de um novo surto, ou em qualquer lugar”, continuou Occhi.

Em nota enviada após a declaração do ministro, a pasta explicou que uma série de fatores e hábitos de consumo estão sendo investigados para identificar a fonte de contaminação. Alguns já foram descartados, como consumo de carne suína, frango, carne bovina e frutas.

“Na investigação de caso feita por meio de entrevistas com a população, a causa provável de infecção é a água. A investigação, no entanto, permanece, inclusive, para determinar a origem da contaminação”, diz o texto.

Até a revelação feita pelo ministro, a Secretaria de Saúde negava ter conhecimento da origem do surto. De acordo com a pasta, foram analisadas amostras de água da Estação de Tratamento da Corsan, de reservatórios de água nas residências de casos confirmados e no processo de um produtor de hortaliças.

No entanto, o laboratório de referência da Universidade Estadual de Londrina, no Paraná, não confirmou a presença do DNA de protozoário que causa a doença, o Toxoplasma gondii.

Ainda são examinadas no Paraná amostras de água de açude, de poço artesiano, vertente e lodo de reservatórios de água dos casos confirmados.

“Os levantamentos ainda estão sendo feitos […] não se sabe se o problema é no abastecimento geral ou no lençol freático, o que aí sim pode ter causado a contaminação generalizada da água tratada, ou de poço artesiano”, reiterou o ministro na entrevista.

Prefeitura reclama de irresponsabilidade

O prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobon, classificou como irresponsável a declaração do ministro da Saúde, e pediu que Occhi vá até a cidade, uma vez que a própria pastas havia negado, no começo da semana, que soubesse a origem do surto.

Ainda conforme o prefeito, até que a situação seja melhor esclarecida, a recomendação é ferver a água antes de beber, e não ingerir alimentos crus e carnes mal passadas.

A Corsan de Santa Maria se diz surpresa pela declaração do ministro. Já o órgão estadual de abastecimento acrescenta que ainda não tem posição oficial sobre o assunto, mas que o trabalho de investigação da fonte de contágio segue em andamento.

A Toxoplasmose em Santa Maria

De acordo com os dados da doença divulgados pela Secretaria de Saúde, dos 569 casos confirmados, 50 são de gestantes. Outras 145 grávidas estão sob investigação. Foram registradas três mortes de fetos, com 26, 29 e 36 semanas de gestação, além de dois abortos com 15 e 16 semanas de gestação. Um aborto é investigado.

Como não há novos casos confirmados com data de início de sintomas depois do dia 10 de maio, conforme a Secretaria da Saúde, o secretário Francisco Paz afirma: “Não estamos mais na vigência do surto.”

A doença

A toxoplasmose, cujo nome popular é doença do gato, é uma doença infecciosa causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii. Este protozoário é facilmente encontrado na natureza e pode causar infecção em grande número de mamíferos e pássaros no mundo todo.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia, a doença pode ocorrer pela ingestão de oocistos [onde o parasita se desenvolve] provenientes do solo, areia, latas de lixo contaminadas com fezes de gatos infectados; ingestão de carne crua e mal cozida infectada com cistos, especialmente carne de porco e carneiro; ou por intermédio de infecção transplancentária, ocorrendo em 40% dos fetos de mães que adquiriam a infecção durante a gravidez.

Sintomas

Em alguns casos os sintomas não se manifestam, mas podem ser:

– Febre

– Cansaço

– Mal estar

– Gânglios inflamados

O período de incubação da toxoplasmose vai de 10 a 23 dias quando a causa é a ingestão de carne, e de 5 a 20 dias quando o motivo é o contato com cistos de fezes de gatos.

Prevenção

A Sociedade Brasileira de Infectologia lista algumas medidas de prevenção:

– Não ingerir carnes cruas ou malcozidas;

– Comer apenas vegetais e frutas bem lavados em água corrente;

– Evitar contato com fezes de gato. As gestantes, além de evitar o contato com gatos, devem submeter-se a adequado acompanhamento médico (pré-natal). Alguns países obtiveram sucesso na prevenção da contaminação intrauterina fazendo testes laboratoriais em todas as gestantes;

– Em pessoas com deficiência imunológica a prevenção pode ser necessária com o uso de medicação dependendo de uma análise individual de cada caso.

Com informações do G1/RS

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