Os deputados catarinenses João Rodrigues e João Paulo Kleinübing tornaram públicos seus posicionamentos sobre a votação de admissibilidade da denúncia contra o presidente Michel Temer. Ambos os deputados falaram sobre o assunto ainda nesta quarta-feira, 2, após final da votação. Ambos os deputados votaram pela rejeição da denúncia.
Confira os posicionamentos dos deputados:
“Cada um tem uma opinião. Eu acho muito mais fácil nós fazemos um discurso pra torcida de que aceitar a investigação contra o presidente e afastar o Temer. É evidente que muitos não pensaram que o afastamento do presidente é um país sem presidente durante 6 meses. Talvez os que pensam assim devam ter empresas, gerar empregos, ter carteira assinada. Mas imaginem vocês que se um país com presidente já está insuportável, sem presidente é difícil. Também quero que façam outra análise. Temer afastado assume Rodrigo Maia. Esse é sitado na Lava Jato, a Globo, o PT e o PC do B fariam um terrorismo tamanho que ele cairia em 60 dias. Assumiria o presidente do Senado, Eunício Oliveira, sitado na Lava Jato até o pescoço. Cairia em no máximo dois meses. Ou seja, em no máximo 6 meses teríamos a aclamação popular por eleições diretas. Isso levaria a crer que poderíamos ter o Lula novamente na presidência. Então eu votei por causa disso? Não, mas por isso também. O fato é que o país não suportaria mais uma intervenção. Votei consciente e muito coerente com as minhas posições, nunca neguei isso e nunca escondi”, disse o deputado João Rodrigues.
Já João Paulo Kleinübing emitiu nota sobre seu posicionamento. Confira:
“Momentos como estes são sempre difíceis e exigem enorme responsabilidade. Está claro que o mais fácil seria votar pela aceitação da denúncia contra o presidente, afastando-o do cargo. Contudo, baseado na atual acusação e no momento em que o país atravessa, tomei a atitude que acredito ser a mais correta – não em defesa do Presidente Michel Temer – mas naquilo que acredito ser o melhor para o país avançar nesse momento. Portanto, meu voto foi contra o pedido de admissibilidade de denúncia contra o presidente. Isso não significa absolve-lo de qualquer fato, e sim, postergar a investigação contra ele para o final de seu mandato.
Repito, meu voto não foi a favor do presidente Temer. Não sou defensor do seu governo, não possuo, nunca possuí e nunca indicarei ninguém a cargo federal algum. Também não tive nenhuma emenda liberada nos últimos meses devido a qualquer tipo de negociação política.
Dito isso, reafirmo que meu voto foi baseado no momento em que o país atravessa. Tivemos uma presidente afastada há pouco tempo e acredito que realizar uma nova troca na Presidência da República seria um ato irresponsável, que só agravaria a crise econômica e o desemprego.
Saliento também, que os mesmos movimentos sociais de esquerda que agora tentam mobilizar o afastamento do presidente, são os mesmos que apoiaram sua chapa na eleição de 2014 e foram contra o impeachment da então presidente Dilma Roussef. Fazem desse momento uma disputa política, partidária e de poder, deixando o Brasil em segundo plano, bem diferente dos movimentos de rua que pediam o afastamento da presidente Dilma, sem viés partidário em sua enorme maioria.
De minha parte, sigo trabalhando firme, com a consciência tranquila, com a responsabilidade e a seriedade que o mandato exige, em defesa de Santa Catarina e dos catarinenses”.