Moradores da comunidade do Castelhano, em Caçador, denunciaram o descarte de um liquido feito no rio que leva o nome da localidade, que aparentemente seria prejudicial ao meio ambiente.
Segundo eles, há um ano, a empresa Guararapes, que fica cerca de 800 metros do local, instalou uma tubulação para que esse líquido chegasse até as águas.
O líquido é despejado em um local de pouco acesso, no interior do município. Os moradores relataram ainda que em alguns dias o cheiro é insuportável. “Os urubus ficam sobrevoando o local devido ao forte cheiro ruim que é exalado por causa desse descarte”, contou um morador.
O homem, que reside em um local próximo do rio, disse ter sentido diferença na água depois que o material começou a ser despejado. “As pedras, que eram limpas, estão com aspecto sujo. Os peixes estão morrendo e os animais não entram mais no rio. A gente pescava e tomava banho neste local e agora não podemos mais por causa dessa sujeira. Estamos preocupados com os riscos que esse descarte pode oferecer para nossa saúde e para o meio ambiente”, lamentou.
O que diz Guararapes
O diretor da empresa Diorgenes Bertolin encaminhou nota ao Portal Notícia Hoje esclarecendo a situação. Confira a posição da empresa:
“A empresa Guararapes Painéis S/A. preza pela conservação do meio ambiente, investindo em equipamentos de ponta para garantir a eficiência de seu sistema de tratamento de efluentes, desde a geração até o lançamento em corpo receptor. Mesmo possuindo laboratório interno, optamos em contratar laboratórios credenciados pelo órgão público ambiental para fazer o controle de todas as etapas de tratamento.
Começamos a acompanhar a qualidade das águas do rio castelhano, meses antes de iniciarmos os nossos lançamentos, e atualmente temos em nossa programação de trabalho análises constantes do rio antes e após o nosso ponto de lançamento, análises essas que comprovam que a empresa está em total conformidade com o que especifica a legislação estadual e federal.
Todo nosso controle comprova que a qualidade do rio se mantém, ou até mesmo melhora após nosso ponto de lançamento. Todos os resultados analíticos são protocolados na Fatma, a qual realiza acompanhamento constante das atividades ambientais da empresa, que obviamente possui todas as licenças, inclusive ambientais para suas operações.
Renovamos, assim, nosso compromisso de estrito respeito à legislação ambiental e de buscarmos sempre desenvolver de forma sustentável nossas atividades”.
O que diz a Fatma
Por outro lado, o engenheiro sanitarista e ambiental e agrônomo da Fatma, Clésio Leonel Hossa, explicou que foram feitas três campanhas de amostragem de efluentes naquele local.
Segundo ele, a primeira foi realizada no dia 1º de fevereiro deste ano, após denúncia recebida acerca de espuma no rio Castelhano. Nesta campanha foram amostrados 10 pontos, incluindo água do Rio Castelhano, efluente da empresa Adami S.A, Roveda Indústria Química e Guararapes Painéis Ltda.
A segunda foi realizada no dia 26 de abril, sendo coletados efluentes da empresa Guararapes Painéis S.A. e água do Rio Castelhano, à montante e a jusante do ponto de lançamento dos efluentes da respectiva empresa. Nesta campanha, o material coletado foi analisado por três laboratórios.
A terceira foi realizada no dia 30 de maio, sendo coletados efluentes da empresa Adami S.A. e água do Rio Castelhano, à montante e a jusante do ponto de lançamento dos efluentes da Adami S.A. Nesta campanha, o material coletado foi analisado por três laboratórios.
“Tendo em vista a grande divergência nos resultados apresentados para as mesmas amostras, está sendo elaborado documento técnico para que seja feita uma discussão acerca dos procedimentos adotados pelos laboratórios bem como os critérios utilizados pela Fatma para reconhecimento dos mesmos”, finalizou Clésio.