Nesta dimensão é substancial diversificar os modelos e práticas de formação, instituir novas relações dos educadores com o saber pedagógico e científico, criar progressivamente uma nova cultura de formação: os profissionais como protagonistas ativos nas fases do processo: concepção, acompanhamento e avaliação.
Gómez (apud SANCHES, 2003), também aponta para a importância de desvelar as concepções subjacentes ao conceito de formação: escola, ensino, conhecimento, aprendizagem, relação entre teoria e prática, investigação e ação.
Para ele, existe o educador técnico-especialista que aplica com rigor as regras do conhecimento científico e o educador prático-autônomo, artista que reflete, toma decisões e cria durante sua ação.
Em outras palavras, o professor técnico mantém uma concepção epistemológica de prática positivista, sendo que a atividade profissional é, sobretudo, instrumental.
A uma divisão de trabalho e uma produção do conhecimento subordinada aos níveis aplicáveis e próximos da prática, prevalecendo uma separação entre pessoa e instituição, e investigação e prática.
Não obstante, a atividade operacional se reduz à análise dos meios para atingir determinados fins, pois a investigação se baseia no paradigma do processo-produto.
Ao contrário, no caso do educador profissional reflexivo, o processo de formação deve iniciar pelos estudos e análise do ato de educar, uma vez que não se produz, acriticamente, os esquemas e rotinas.
Esse educador constrói de modo pessoal o seu próprio conhecimento, incorporando e transcendendo o conhecimento emergente da racionalidade técnica.
A práxis representa o lugar da aprendizagem e de construção do pensamento prático, ao mesmo tempo em que se nega a separação artificial entre teoria e prática. Na educação infantil, o educador deve, necessariamente, ser um artista criativo que medita sobre suas atividades educativas.
Em suma, uma política de educação infantil de qualidade, necessita estar atenta à formação dos educadores infantis, proporcionando meios adequados que permitam a aprendizagem e a interpretação da sua própria atividade, bem como a realização da reflexão na ação diária dentro do exercício prático da educação.
