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Vídeo: Declarações do marido da secretária agravam ainda mais crise na gestão da saúde

Vídeo: Declarações do marido da secretária agravam ainda mais crise na gestão da saúde

As declarações do marido da secretaria de Saúde, Rejane Serafini, na Câmara Municipal, agravaram ainda mais a crise na gestão do setor. Adriano de Souza fez um discurso tentando se vangloriar em cima das melhorias da saúde e, em vários momentos, deu a entender ser o gestor da pasta. Mas, nem ao menos servidor público ele é.

“Agradeço o dr. Norton, dr. João Gomes que atendiam meio período colaborando com o município; tem hoje 21 médicos trabalhando nos postos de saúde; os senhores vereadores aqui, eu agradeço a participação dentro da saúde; tem o dr. Eduardo também quero agradecer. Fiz o convite para ele para conversar com a secretária. Faz 20 cirurgias por mês gratuitas para a população. Dr. Ricardo urologista está fazendo 20 cirurgias também por mês. Então, estamos fazendo um trabalho a contento da população; conversei com o dr. Valter, a pedido do dr. Nadir e está retornando a Caçador; E a Secretaria, em nome da secretária, está à disposição”.

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Citando que ficou sabendo dos problemas da falta de médicos porque sua esposa era enfermeira no Pronto Atendimento, Adriano começou afirmando que trouxe médicos para resolver a situação daquele local.

“Comecei fazer os meus contatos na região e tive  grande êxito. Estava no início acertado para no dia 31 de dezembro começar a trabalhar, eles começarem a trabalhar”.

Adriano se disse ainda o responsável pela melhoria no atendimento do Maicé. “Iniciou-se então no dia 31 de dezembro de 2013, 2 médicos trabalhando 24 horas naquele hospital. Mas, não bastava porque o Maicé estava prestes e fechar as portas. Sai de novo atrás de médicos e consegui mais dois para trabalhar no Maicé. Viemos a sanar aquele problema lá também. Fiz mais de 3 reuniões. Agora, temos raio X no Maicé a qualquer hora do dia para a pessoa fazer gratuito. Não tinha”.

De acordo com o marido da secretária, sua função dentro da Secretaria também é de levantar a autoestima dos servidores. “Ninguém tinha vontade mais de nada. Tinham retirado essa autoestima. Quem trabalha com saúde tem que ter o dom. Corremos atrás do resgate dessa autoestima de “tudo mundo”, incentivando, “vamo junto”, “vamo lá”, depende de nós. A minha parte, que eu faço, sou aquele que dá uma injeção de autoestima para as pessoas. Se eu humilhei ou faltei com respeito, isso eu trago uma herança de berço do meu pai e da minha mãe, que é a educação. Quem sou para faltar com respeito com alguém.

A resposta veio do vereador Carlos Evandro Luz. “Então não adianta vir a querer aqui dizer que é motivador, que é incentivador. Eu também sou e outros tantos são, com dom de solidariedade e espírito grandioso que fazem parte da comissão voluntariosa que trabalha graciosamente buscando trazer e reunir melhores condições para o hospital Maicé e dentre eles, dois representantes da Câmara, vereadora Glacir e vereador Valmor”.

Adriano ainda desafiou: “Sou esposo e qual marido não ajuda a mulher quando ela precisa? A hora que algum órgão competente achar que estou fazendo algo errado, que não faço o bem para a população, eu me retiro”.

Carlão foi mais a fundo na questão. “O fato de ser marido da secretária não lhe permite acesso, determinação, atendimento no gabinete que se vê quase todos os dias e não se pode querer esconder o sol com a peneira se toda a comunidade vê. Dirigia veículo público, não sei se está dirigindo ainda. O fato de ser marido da secretária ou funcionário do dr. Bica não lhe dá esse direito”, completou.

O vereador Moacir D’Agostini questionou o marido da secretária a respeito do seu nome aparecer em atas da Secretaria de Saúde. Em uma delas, a seguinte expressão: “Semana que vem passará pelas UBS para visita e avaliação e melhorias dos trabalhos da equipe Sr. Adriano que está presente nesta reunião não trabalha na Secretaria de Saúde, mas sim é secretário privativo do Dr. Nadir (funcionário particular do Dr. Nadir) que se chegar às UBS é a serviço do Dr. Nadir”.

“Com estas atas na mão agora esperamos também que o Executivo tome alguma atitude com relação a isso, não apenas referente a estas atas, mas também a todas as irregularidades questionadas por vários vereadores”, disse Moacir.

Fugindo da resposta, Adriano afirmou: “Essa ata saiu da Secretaria de Saúde e estava aqui na Câmara de Vereadores, um documento sem ordem da secretária ou departamento lá. O senhor leu que “se” eu fosse a um posto de saúde. Os postos de saúde não me viram lá”.

“Uma demonstração do próprio senhor Adriano, que esteve aqui querendo responder questões administrativas da Secretaria de Saúde e esse não é seu papel, pois nem funcionário é da Secretaria de Saúde”, completou Moacir D’Agostini.

O líder do Governo na Câmara, Valmor de Paula, desabafou, afirmando que o fato de o marido da secretária ir até a Câmara falar da gestão da saúde é um desrespeito aos vereadores e à comunidade.

“Porque ele não é um servidor público e vem nesta casa falar a respeito da administração pública, precisamente da área de saúde, dizendo que ele contratou médicos, que trouxe médicos para Caçador, que ele humanizou a saúde, que ele… eu quero dizer de público que ele veio no lugar errado, na hora errada. Isso é uma irregularidade. Havia o indício que essa irregularidade vinha acontecendo, mas não tínhamos provas concretas deste fato, porém ele veio e assumiu publicamente que estava trabalhando dentro do Pronto Atendimento, dentro da Secretaria de Saúde, visitando postos de saúde. Se ele quer contribuir com a saúde tem a pastoral da saúde, tem o conselho municipal de saúde, vários meios que ele pode contribuir”, disse Valmor.

A vereadora Cleony Figur encerrou fazendo algumas perguntas ao marido da secretária: “O senhor desempenhou ou desempenha algum cargo, alguma função junto à Secretaria Municipal de Saúde ou na Prefeitura de Caçador? O senhor utilizou recursos ou veículo da Secretaria de Saúde, até na condição de condutor? Houve por parte da vossa senhoria alguma intermediação na organização dos contratos da Secretaria Municipal de Saúde?”.

Adriano se recusou a responder e a sessão foi encerrada.

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