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Uniarp fortalece espaço da maturidade na graduação

 

A Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (Uniarp) celebra 47 anos de ensino superior em Caçador, em 2019 com o orgulho de receber acadêmicos de toda a região e de diversas idades, incluindo pessoas com muita experiência de vida. A Uniarp tem hoje 39 acadêmicos com mais de 50 anos de idade em cursos de graduação presenciais. São pessoas preocupadas em manterem-se ativas e preparadas para o mercado de trabalho. Tem ainda casos da realização de sonhos que precisaram adiados na juventude.

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No Brasil, de 2009 a 2016 (dado mais recente), houve um crescimento exponencial de 81,2% de formandos na faixa dos 50 anos, segundo dados apurados pela área de inteligência de mercado do Quero Bolsa, com base no Censo da Educação Superior.

O pico de diplomados com 50 anos ou mais ocorreu em 2015, quando mais de 40 mil pessoas com esse perfil terminaram o ensino superior no País. Proporcionalmente, foi o ano com o maior percentual em relação ao total de alunos, atingindo o patamar de 3,58% dos concluintes.

O acadêmico Ari Antônio Guindani, 64 anos, da 6ª fase do curso de Direito da UNIARP Fraiburgo, está realizando um sonho de infância. Fazer a graduação em Direito também foi uma promessa feita por ele no leito de morte do seu pai. “Quando fui secretário municipal participei da instalação da Universidade aqui em Fraiburgo. Passados mais de 30 anos, ser acadêmico de Direito e ainda, da sua primeira turma em Fraiburgo, é para mim motivo de muito orgulho e grande alegria”, comenta.

Ari conta que na sala de aula, procura entender a juventude que o rodeia e desfrutar da sua energia, seu arrojo e da sua coragem. “Às vezes a falta de experiência deles me mostra o quanto eu já vivi e que eu também já fui assim. Quando me pedem conselhos procuro ser amigo e trocar informações com eles. Eu acho que é por isso que me aceitam tão bem”, diz.

Ari, futuro advogado, afirma que pretende ajudar a sociedade. “Tudo que tenho foi a sociedade que me deu e quero ter a oportunidade de retribuir um pouco disso tudo”, salienta. “Hoje, sexagenário e aposentado, me sinto muito feliz e produtivo, estudando e saindo de casa toda a noite para aprender. Acho que todas as pessoas deveriam estudar depois que se aposentam. Isso faz bem para a nossa saúde mental e não nos permite e nem dá tempo para pensar bobagens”, completa.

Uma mensagem: “Aos jovens deixo a mensagem de nunca deixar de estudar. Isso poderá lhes proporcionar grande satisfação profissional. Aos mais idosos lhes digo que o estudo é um grande prolongador da vida, pois entramos num mundo diferente, descobrimos que somos importantes e produtivos no contexto geral e isso nos proporciona uma grande satisfação, no campo social, no campo pessoal e nos possibilita dar o exemplo positivo para os nossos filhos e netos”.

72 anos e aprendendo muito na Universidade

A acadêmica Neda Leal Musa, do curso de Psicologia tem 72 anos e muita disposição para aprender. “Minha experiência como acadêmica de Psicologia tem sido muito gratificante. Era um desejo que estava adormecido desde a minha adolescência”, conta.

Neda veio de Porto Alegre para Caçador em 2017 com uma bagagem profissional de 30 anos de exercício do magistério estadual e 15 anos exercendo o cargo de assessora jurídica, na administração pública do Estado do Rio Grande do Sul.

Para muitos era a hora de descansar e de aproveitar a vida. Mas não para Neda. “Vi, porém, neste momento, a oportunidade de acordar aquela vontade que me perseguia há muito tempo. A decisão foi difícil, pois muitas inquietações me invadiam, tais como a idade, a volta à sala de aula, a convivência com jovens, a insegurança quanto ao aspecto cognitivo. Porém, a determinação venceu o medo, e a ousadia foi mais forte. O primeiro dia de aula foi calmo e prazeroso. Os colegas, os professores, a sala de aula tornou esse dia especial. Voltei para casa tranquila com a minha decisão”, relata.

O conteúdo das disciplinas do curso a encantaram. Ela diz estar fascinada pela possibilidade de adentrar os mistérios, a obscuridade da mente humana, estudar o ser humano naquilo que a gente não vê, mas, que norteia toda a sua vida pessoal, familiar, social e profissional. “Inicio um novo período acadêmico, curiosa sobre o que vou aprender e rejuvenescida com o convívio dos colegas. Até me esqueço da idade! Com certeza, está sendo uma viagem enriquecedora, pois, com os estudos, tenho a oportunidade de redescobrir a vida, o ser humano e a arte de conviver e aprender. Agradeço a todos que participam desta caminhada comigo: colegas, professores, funcionários”, afirma.

64 anos e dois cursos de graduação na Uniarp

“Edison Costa Porto, 64 anos, paulistano, geminiano, brasileiro com muito orgulho e agora um cidadão caçadorense, do Contestado”. Assim apresenta-se o acadêmico dos cursos de Direito e Jornalismo da UNIARP. A primeira graduação de Edison foi em 1977, em Administração. Sempre curioso e atento, seguiu estudando e envolvido com diversas atividades.

No decorrer de 2015, foi se apaixonando pela região do Contestado. “Então decidi que tinha que participar ativamente da comunidade, retribuindo a ela a oportunidade de aqui viver. Com isto em mente, resolvi cursar Jornalismo na UNIARP, porque atuando nesta área tenho a possibilidade de acesso a fatos e eventos e, ao mesmo tempo, meios de disseminar conhecimento, informação e cultura. Em 2016 me tornei acadêmico de Jornalismo e também me matriculei no curso de Direito, para dar continuidade à minha formação nesta área, interrompida em São Paulo quando me faltavam apenas 5 disciplinas e o TCC para o bacharelado”, relata. Em 2017, Edison iniciou também o curso de Técnico em Agronegócio, oferecido pelo SENAR em Fraiburgo, concluído em dezembro de 2018.

Edison conta que é uma satisfação muito grande estar aprendendo ao lado de jovens cheios de sonhos e vontade de conquistar o saber numa profissão. “Além do prazer que a vida acadêmica me dá pelo contínuo aprendizado, é também um prazer e uma oportunidade, compartilhar tudo o que aprendi, na medida em que meus conhecimentos possam ser úteis e interessar a meus colegas de curso. Quando surge a chance colaboro com os professores, passando informações de experiências de vida e da história que vivi por mais de seis décadas. Afinal, envelhecer tem algumas vantagens, como o acúmulo de conhecimento e de bons causos para contar”, acredita.

Excelente comunicador, Edison diz que adora o curso de Jornalismo. Já escreveu dezenas de artigos que foram publicados por portais da cidade. Com muito orgulho colabora com o envio de artigos que vem sendo publicados pelo jornal Extra de Caçador. É ainda editor do Jornal Caboclo de Fraiburgo e detentor da marca Imprenautas, um Portal de Conhecimento, para Notícias, Tradições, Música, Civismo e outros.

“Idade não impede os estudos”

As portas da Universidade também se abriram para Adelino Martins Vicente, 55 anos, colaborador da Coordenadoria de Extensão, Cultura e Relações Comunitárias. Ele é acadêmico do curso de Direito e de Pedagogia para Docência Superior. É comunicador, tendo iniciado no rádio em 1984.

Com histórico de doença crônica desde os cinco anos de idade, Adelino precisou interromper os estudos em várias fases da vida. “A idade não impede de estudar, pois entendo que mesmo com formação profissional e com um pouco de experiência é necessário que haja constante atualização e com inter-relacionamento cultural. Estou no mesmo nível dos demais colegas, sem preconceito e interagindo. Sempre desejei duas formações, uma é o jornalismo e a outra é o Direito, que me traz excelente atualização e reforça muito a minha comunicação”, salienta. “Meu desejo é sempre continuar me reciclando. Sempre há um professor ou professora que marca nossa vida. Eu tenho a felicidade de ter vários que me tornaram o que sou”, comemora.

A Uniarp, é conhecida por sua tradição e corpo docente altamente qualificado, formado por mestres e doutores. A Universidade vem ampliando sua área de atuação tanto no ensino presencial quanto à distância.

 

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