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“Tabagismo” é tema de palestra

A Unimed Caçador realizou na noite de terça-feira (27) uma palestra sobre tabagismo para acadêmicos dos cursos de Medicina e Enfermagem, da Universidade do Alto Vale do Rio do Peixe-Uniarp, além de colaboradores da Unimed Caçador e Hospital Saint Hill.

O evento registra a data comemorativa, 29 de setembro, alusiva ao Dia Nacional de Combate ao Fumo, uma vez que o cigarro é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão. “Entre 85 e 95% dos pacientes que desenvolvem câncer de pulmão foram ou são tabagistas. E eu não diria só o câncer de pulmão, mas também pontuo o câncer de boca e de língua, que atinge principalmente os adeptos ao cachimbo e charuto”, explica a médica.

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Dra. Paula abordou, inicialmente, sobre os primórdios do surgimento do tabaco. Planta originária dos andes bolivianos usada pelos índios em rituais sagrados e com finalidade medicinal. Após o descobrimento da América o tabaco foi levado para a Europa pelos portugueses e lá cultivado e difundido como o hábito de fumar que hoje conhecemos.

A indústria do cigarro agarrava-se a propagandas envolventes e atrativas aos olhos, sempre dando a conotação de prazer, felicidade e bem estar. “Os malefícios do cigarro eram anônimos. Ninguém pode imaginar que um cigarro, droga socialmente aceita, é composto por mais de 4.700 substâncias químicas, dentre elas a acetona, formol, naftalina, fósforo P4/P5, aquele usado em veneno para ratos, os quais posso destacar”, enfatiza a cirurgiã torácica.

Dra. Paula também falou sobre a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica – DPOC, causada pelo tabagismo. Trata-se de um espectro de doenças que inclui a bronquite crônica e o enfisema pulmonar, causando danos irreversíveis. Os principais sintomas são tosse e dificuldade de respirar. A médica trouxe as opções de tratamento farmacológico utilizadas para candidatos que tentam parar de fumar.

O apoio da família também é essencial no momento de mudança, uma vez que a pessoa vai precisar de incentivo .Isso pode incluir mudança de rotina e conduta familiar. “O tabagista é um doente com sofrimentos químico, físico e psíquico e além de contar com a família, precisa de apoio de uma equipe multidisciplinar para auxiliar no seu equilíbrio. O processo requer desafios diários, é um dia de cada vez”, orienta Dra. Paula.

Em tempo, a especialista alerta que o tabagismo caminha para se tornar uma doença com maior prevalência no sexo feminino. “Nos Estados Unidos a mortalidade por câncer de pulmão nas mulheres já ultrapassa a do câncer de mama, pois o metabolismo da nicotina é mais lento e mulheres são mais sensíveis ao tabagismo passivo”.

Os riscos do narguilé e vape

Depois dos cigarros mentolados, chegou a vez dos narguilés e cigarros eletrônicos popularmente conhecidos como vape.

A mesma propaganda que era feita anos atrás, glamourizando o cigarro, associando ao sucesso e à conquista, agora é aplicada a esses cigarros eletrônicos e narguilés. “A diferença é que com as redes sociais o impacto dessa propaganda se espalha muito mais rápido entre os jovens, especialmente”, relata a médica.

Pesquisas apontam que 20 minutos de uso do narguilé corresponde ao consumo de 100 cigarros. “Além de conter nicotina concentrada, o narguilé traz aditivos, solventes, essências que contém açúcares e, quando aquecidas se desdobram em outras substâncias irritantes e cancerígenas”, explica Dra. Paula.

No caso do cigarro eletrônico que tem sua comercialização proibida no Brasil, o líquido utilizado é chamado de juice. Essa essência é aquecida até virar vapor. A densa nuvem é composta por substâncias variadas, como glicerina vegetal, propilenoglicol, saborizante e nicotina, podendo ser causadores, por exemplo, do enfisema pulmonar.

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