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Suicídio na visão espiritual – Por Paulo Meireles

 “Enquanto muitos seres humanos temem a morte, outros tiram seu precioso viver, num ato de desgosto à própria vida, crendo erradamente que tal atitude cessará seu sofrimento para sempre.” 

Um dos maiores temores dos seres ainda é a morte que, para alguns significa o fim, enquanto a outros, significa o renascer para o outro lado da vida. Compreender que a morte não é o fim, é acreditar plenamente na vida eterna, esta que é dada pelo criador aos espíritos filhos que, em sua missão terra, trazem consigo a inteligência, o livre arbítrio e a eternidade de seu espírito, ou seja, na passagem pela existência, acumulam acertos evolutivos ou erros que os atrasam em sua evolução espiritual.

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Enquanto muitos procuram entender a vida, alguns seguem discretos e simples sem ao menos prejudicar um inseto, compreendendo a vida pelas boas atitudes. Outros erram e dificultam o entender da vida e, há aqueles que insistem em anular a vida, por ser ela, para eles, um suplicio de incompreensões sem respostas. Apelam pela idéia de que morrer, se matar, seria o melhor remédio. Além do nosso dever de não deixar um ser tirar sua própria vida, devemos também buscar compreender o porque um ser chega ao ponto de achar que o suicídio é a solução.

Em uma compreensão espiritual, há inúmeros motivos para um ser chegar a uma decisão dessas… se matar.  Muitas vezes quando damos ouvidos a alguém que tentou o suicídio, após a sua explicatória, podemos até compreendê-lo melhor e assim também ajudá-lo melhor, pois cada caso merece ser analisado e não apenas classificar uma pessoa como louca e interná-la. A espiritualidade, tem muitas respostas mas, embora se propagando pelo mundo, a humanidade está muito descrente no criador e assim atrai mais situações negativas que favorecem as atitudes negativas, intuídas pelas energias também negativas.

TEMOR DA MORTE: Para muitas pessoas, o temor da morte é uma causa de perplexidade. Tendo diante de si um futuro, se questionam de onde pode vir este temor. Acontece que falta-lhes fundamento para semelhante temor. Mas, o que alguns querem, se procuram persuadi-las, quando crianças, de que há um inferno e um paraíso e que mais certo é irem para o inferno, visto que também lhes disseram que o que está na natureza constitui pecado mortal para a alma! Sucede então que, tornadas adultas, essas pessoas, se algum juízo têm, não podem admitir tal coisa e se fazem atéias, ou materialistas. São assim levadas a crer que, além da vida presente, nada mais há.

Quanto aos que persistiram nas suas crenças da infância, esses temem aquele fogo eterno que os queimará sem os consumir. Ao justo, nenhum temor inspira a morte, porque, com a fé, tem ele a certeza do futuro. A esperança fá-lo contar com uma vida melhor; e a caridade, a cuja lei obedece, lhe dá a segurança de que, no mundo para onde terá de ir, nenhum ser encontrará cujo olhar lhe seja de temer. O homem carnal, mais preso à vida corpórea do que à vida espiritual, tem, na Terra, penas e gozos materiais. Sua felicidade consiste na satisfação fugaz de todos os seus desejos. Sua alma, constantemente preocupada e angustiada pelas vicissitudes da vida, se conserva numa ansiedade e numa tortura perpétuas. A morte o assusta, porque ele duvida do futuro e porque tem de deixar no mundo todas as suas afeições e esperanças.

O homem moral, que se colocou acima das necessidades fictícias criadas pelas paixões, já neste mundo experimenta gozos que o homem material desconhece. A moderação de seus desejos lhe dá ao Espírito calma e serenidade. Ditoso pelo bem que faz, não há para ele decepções e as contrariedades lhe deslizam por sobre a alma, sem nenhuma impressão dolorosa deixarem.

DESGOSTO DA VIDA, SUICÍDIO:  Muitos questionam, de onde nasce o desgosto da vida, que, sem motivos plausíveis, se apodera de certos indivíduos? A espiritualidade, explica, entre tantas coisas, que o suicídio é resultado do efeito da ociosidade, da falta de fé e, também, da saciedade. Para aquele que usa de suas faculdades com fim útil e de acordo com as suas aptidões naturais, o trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais rapidamente. Ele lhe suporta as vicissitudes com tanto mais paciência e resignação. O homem o não tem o direito de dispor da sua vida, só a Deus assiste esse direito. O suicídio voluntário importa numa transgressão desta lei. Como não é sempre voluntário o suicídio, o chamado louco que se mata não sabe o que faz.

Quanto ao suicídio que tem como causa o desgosto da vida, insensatos estes que assim agem, pois não trabalharam, não se ocuparam dos pensamentos do bem na luta pela vida, a existência não lhes teria sido tão pesada. Alguns usam o suicídio como uma fuga das decepções não compreendidas, estes pobres espíritos que não têm a coragem de suportar as misérias da existência! Deus ajuda aos que sofrem e intui bem aos que carecem de energia e de coragem. As tribulações da vida são provas ou expiações. Felizes os que as suportam sem se queixar, porque serão recompensados por seguirem no bem, apaziguando os percalços. Nada acontece por acaso, mas no desespero, desistem e se acabam.

O suicídio não apaga nenhuma falta, ao contrário, em vez de uma, haverá duas. Quando se teve a coragem de praticar o mal, é preciso ter-se a de lhe sofrer as conseqüências. Deus, que julga pelo correto, pode, conforme a causa, abrandar os rigores de sua justiça. Aquele que tira a si mesmo a vida, para fugir à vergonha de uma ação má, prova que dá mais apreço à estima dos homens do que à de Deus, visto que volta para a vida espiritual carregado de suas iniqüidades, tendo-se privado dos meios de repará-las durante a vida corpórea. Deus(poder criativo), geralmente, é menos inexorável do que os homens. Perdoa aos que sinceramente se arrependem e atende à reparação. O suicida, infelizmente nada repara.

Mas que pensar daquele que se mata, na esperança de chegar mais depressa a uma vida melhor? Outra loucura! Que faça o bem e mais certo estará de lá chegar, pois, matando-se, retarda a sua entrada num mundo melhor e terá que pedir lhe seja permitido voltar, para concluir a vida a que pôs termo sob o influxo de uma idéia falsa. Uma falta, seja qual for, jamais abre a ninguém o santuário dos eleitos. Todo sacrifício que o homem faça à custa da sua própria felicidade é um ato soberanamente meritório aos olhos de Deus, porque resulta da prática da lei de caridade. Ora, sendo a vida o bem terreno a que maior apreço dá o homem, não comete atentado o que a ela renuncia pelo bem de seus semelhantes: cumpre um sacrifício. Mas, antes de o cumprir, deve refletir sobre se sua vida não será mais útil do que sua morte.

Aquele que tira a si mesmo a vida por desespero, é mais culpado, porque tem tempo de refletir sobre o seu suicídio. Naquele que o faz instantaneamente, há, muitas vezes, uma espécie de desvairamento, que alguma coisa tem da loucura. O outro será muito mais punido, por isso que as penas são proporcionadas sempre à consciência que o culpado tem das faltas que comete. E quando se erra com consciência do erro, este erro é ainda maior.

É sempre uma falta de resignação e de submissão à vontade do Criador, cometer um suicídio, em qualquer circunstância, pois é uma imprudência que vai gerar um mal ainda maior a si mesmo e não há meios de, arrependido, o espírito voltar a vida que se tirou. A religião, a moral, todas as filosofias condenam o suicídio como contrário às leis da natureza. Todas nos dizem, em princípio, que ninguém tem o direito de abreviar voluntariamente a vida. Entretanto, por que não se tem esse direito? Por que não é livre o homem de pôr termo aos seus sofrimentos? À Espiritualidade, está reservado demonstrar, pelo exemplo dos que sucumbiram, que o suicídio não é uma falta, somente por constituir infração de uma lei moral, consideração de pouco peso para certos indivíduos, mas também um ato estúpido, pois que nada ganha quem o pratica.

Vale lembrar, frente as atitudes de quem comete algum tipo de suicídio, que jamais devemos julgá-los, pois a atitude se desdobrou sob efeito de sua própria razão, por isso precisamos respeita-los, envolvendo a lembrança dos suicidas em luzes evolutivas para que o espírito encontre seu caminho em cima de seus propósitos e decisões.  A melhor maneira, é que todas as pessoas viventes sejam doutrinadas de que o suicídio não resolve, e sim, piora o quadro, pois o espírito nunca morre e leva consigo a consciência da atitude.

Por outro lado, o alarde e frustração que todos sentem ou pensam quando sabem que alguém se matou, se origina do fato de ter sido de repente, rápido, trágico, fatal…  Mas lembremos a todos que existem vários tipos de “suicídios lentos” que a pessoa se mata aos poucos e só descobre isso quando envelhece ou morre o corpo.  A exemplo de suicídios lentos, temos: vícios(cigarro, bebida, drogas, inveja, logramentos, infrações, falcatruas, corrupções, ruindade, avareza, maus costumes entre outros.   Cada caso é um caso e precisa ser analisado.

Por Paulo Meireles – Psicoterapeuta

Especialista em Psicologia Transpessoal

49 3567 3423 – 99908 3664 – CAÇADOR-SC

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