Santa Catarina registrou 10 mil novos casos de infecção por Covid-19 a cada dois dias. O número leva em conta o período entre 12 e 19 de novembro e mostra a aceleração do contágio pelo novo coronavírus em Santa Catarina. Ao final de setembro, eram necessários 11 dias para que este patamar fosse atingido.
O dado é do último boletim do Necat (Núcleo de Estudos de Economia Catarinense), vinculado à UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). O documento, publicado neste domingo (22), classifica a situação epidêmica de Santa Catarina como gravíssima.
O quadro grave é apresentado a partir do aumento de quatro indicadores principais: média semanal de casos, velocidade de contágio, evolução dos casos ativos e média móvel semanal de óbitos.
O texto é assinado pelo professor e coordenador do Necat Lauro Mattei. Na avaliação de Mattei, a situação epidêmica ultrapassou o pico registrado no final de julho e início de agosto, deixando evidências claras de que a doença está sem controle.
Recorde nos casos diários
A média móvel de casos bateu recorde entre o período de 12 a 19 de novembro, ao atingir 3.773 casos diários. O indicador chegou a apresentar queda na última semana de setembro, quando a média foi de 939 infectados.
A mesma alta é verificada na velocidade do contágio. Para avaliar, o Necat usou o método de repicagem de 10 mil casos. Em setembro, eram necessários 11 dias para que fossem contabilizados esse montante. Na última semana, bastaram dois.
Ao longo de setembro foi notada queda na média móvel. No dia 17 daquele mês, a média estava em 1.251 casos. Nos 14 dias posteriores, a redução foi de 25% no indicador e, no dia 30, eram 939 casos diários.
Contudo, em outubro foi observada a reversão dessa tendência. No dia 8, a média já havia voltado ao patamar de 1 mil casos. O aumento entre o último dia de setembro e a data foi de 15%.
O crescimento foi verificado semana a semana, até que no dia 29 de outubro a média chegou a 1.921 casos diários. Isso representou um aumento de 40% em relação à semana anterior e de 83% em relação aos 14 dias anteriores.
Já em 5 de novembro a média semanal móvel atingiu o patamar de 2.022 casos. O indicador cresceu semanalmente até chegar aos 3.773 registrados no dia 19.
SC tem 26 mil casos ativos
Outro dado que chama atenção é o volume de casos ativos. Em nenhum momento da pandemia o número de infectados em fase de transmissão passou de 13 mil.
Neste domingo (22), segundo dados da SES (Secretaria de Estado da Saúde), eram mais 26 mil. O número é maior que o verificado pelo Necat até o dia 19.
O boletim destaca ainda a evolução das taxas de casos ativos ao longo de novembro. Entre a primeira semana e a terceira foi registrado um aumento de 63%. Já entre o período do dia 12 a 19, o crescimento foi de 51%.
A região com mais casos ativos é a Grande Florianópolis (5.621). O Médio Vale do Itajaí aparece na sequência, com 3.930 registros. Nordeste e Foz do Rio Itajaí completam o grupo com mais infectados em fase ativa: 2.872 e 2.624, respectivamente.
20 mortes por dia
A média semanal de mortes também registrou um aumento, atingindo um patamar de 20 óbitos por dia. O dado também considera o período de 12 a 19 de novembro.
Em setembro, esse indicador havia apresentado uma forte queda. Ao final do mês, a média móvel de mortes ficou em oito por semana.
O município com mais mortes é Joinville (377), seguido por Florianópolis (212) e Itajaí (188). Ao todo, 80,68% das cidades catarinenses (238 municípios) já registraram mortes em razão da Covid-19.
Ocupação das UTIs
Nesta segunda-feira (23), a taxa de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de hospitais públicos chegou a 81,14%. O índice é o mais alto registrado desde agosto, quando o indicador ficou em 81,4%.
Dos 1.416 leitos disponíveis, 1.149 estão ocupados. Há apenas 267 vagas para novas internações. Segundo dados da SES, 479 pacientes estão internados devido à Covid-19.
Com informações ND Mais