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Santa Catarina mobiliza lideranças do agronegócio para proteger mercado catarinense

Após reunião com lideranças do agronegócio de Santa Catarina na tarde desta segunda-feira, 20, o governador Raimundo Colombo destacou o compromisso do Governo do Estado com a qualidade do produto catarinense, ressaltando o rigoroso trabalho de fiscalização já realizado e a manutenção do status sanitário diferenciado que faz a produção estadual chegar a 150 países.

A reunião foi convocada para tentar evitar reflexos negativos da operação Carne Fraca, deflagrada nacionalmente pela Polícia Federal após identificação de irregularidades no setor. As lideranças catarinenses ressaltaram que a única unidade em Santa Catarina interditada temporariamente dentro da operação é uma filial de uma empresa paranaense, localizada em Jaraguá do Sul, que produz basicamente linguiça frescal, salsicha e presunto, para abastecimento principalmente dos mercados do Paraná e de São Paulo.

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“Vamos continuar agindo com a responsabilidade fiscal que sempre tivemos para garantir a saúde do consumidor. Ao mesmo tempo, vamos agir com total transparência para informar os governos dos países que importam nossos produtos sobre a situação diferenciada de Santa Catarina. Se algum país desejar qualquer informação complementar, estamos dispostos a enviar missões para estes países ou a receber seus representantes aqui, para mostrar o modelo de sucesso construído em nosso Estado ao longo das últimas décadas”, afirmou Colombo.

Santa Catarina é o maior produtor nacional de carne suína e o segundo maior de carne de frango, atendendo ao mercado brasileiro e ao exterior, com presença em mais de 150 países. O Estado também se destaca na defesa sanitária. Santa Catarina é hoje o único estado brasileiro livre de febre aftosa sem vacinação e, junto com o Rio Grande do Sul, faz parte de uma zona livre de peste suína clássica com certificados da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

O status sanitário diferenciado dá acesso exclusivo aos mercados mais competitivos do mundo, como habilitação para exportar carne suína para Estados Unidos e Japão. Presente na reunião desta segunda, o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco Côrte, lembrou que toda produção catarinense exportada passa por nova inspeção ao chegar ao porto de destino, o que reforça o controle da qualidade do produto. O presidente da Associação Catarinense dos Avicultores, José Antônio Ribas Júnior, alertou também para potenciais impactos econômicos no preço das carnes, com pressão para redução dos valores de venda por parte dos mercados compradores.

Cerca de 300 empresas catarinenses relacionadas ao agronegócio são fiscalizadas constantemente por órgãos federais e cerca de 600, por equipes da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc). “Vamos unir forças e trabalhar de forma integrada para apresentar de forma transparente todas as informações sobre a qualidade destas empresas. Se alguém cometeu algum erro, com certeza deve ser punido. Mas este é um setor formado por empresas sérias e responsáveis, que têm credibilidade no mercado e que não colocariam em risco um patrimônio construído com tanto esforço por uma cadeia produtiva que é referência nacional”, acrescentou Colombo.

O governador informou, ainda, que, entre esta terça e quarta, participará de reuniões em Brasília com o presidente Michel Temer e o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, para tratar de ações em conjunto.

Também participaram da reunião desta segunda-feira, lideranças como os secretários de Estado da Agricultura, Moacir Sopelsa; e da Casa Civil, Nelson Serpa; o secretário adjunto da Agricultura, Airton Spies; os presidentes da Cidasc, Enori Barbieri, e da Epagri, Luiz Hesmann; o superintendente do Ministério da Agricultura (Mapa) em SC, Jacir Massi; a presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes, Irani Peters; e o secretário-geral do sindicato, Ricardo Gouvêa.

Balanço do setor

Santa Catarina encerrou 2016 como o maior produtor e exportador de carne suína do Brasil e o segundo maior de carne de frango. E o cenário continua favorável em 2017. Apenas em fevereiro deste ano, foram exportadas 20,7 mil toneladas de carne suína, com faturamento de US$ 45,7 milhões, o que representa um crescimento de 57,5% na receita em relação ao mesmo período de 2016 e o melhor resultado da história para o mês de fevereiro.

A avicultura também teve um bom desempenho em fevereiro. O faturamento das exportações foi de US$ 124,3 milhões, um crescimento de 6,9% em relação ao mesmo período de 2016. Foram 67,6 mil toneladas em fevereiro, grande parte vendida para países como Japão, China e Países Baixos.

Avicultura em 2016

Santa Catarina é o segundo maior produtor e exportador de carne de frango do país. Em 2016, as exportações de carne de frango superaram um milhão de toneladas para mais de 100 países. Os principais destinos do produto catarinense foram o Japão, a China e os Países Baixos, que juntos responderam por 38,5% das exportações. O faturamento das exportações chegou a US$ 1,7 bilhão no último ano.

Suinocultura em 2016

Santa Catarina encerrou 2016 como o maior produtor e exportador de carne suína do país. O volume das exportações chegou a 274,1 mil toneladas, um aumento de 43,47% em relação a 2015. O estado respondeu por 38% das exportações brasileiras de carne suína, arrecadando US$ 555,2 milhões no último ano. Em 2016, os principais destinos da carne suína produzida em Santa Catarina foram Rússia, China e Hong Kong, que juntos responderam por 67,2% das exportações do Estado.

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