O Instituto Butantan deve formalizar na segunda-feira (17) a suspensão dos acordos de venda da Coronavac a prefeituras e associações de municípios, diante da requisição de todas as 6 milhões de doses disponíveis pelo Ministério da Saúde. Com isto, a negociação com a Federação Catarinense de Municípios (Fecam) está encerrada.
O consultor em Saúde da Fecam, Jailson Lima, confirmou à coluna a suspensão. O acordo previa, inicialmente, o fornecimento de 500 mil doses para prefeituras interessadas em Santa Catarina.
Em entrevista ao Bom Dia Santa Catarina na manhã desta sexta-feira (15), o presidente da entidade, Paulo Weiss, disse que a ideia sempre foi priorizar um plano nacional – ou seja, a compra pelos municípios era um ‘plano B’. A Fecam foi a primeira entidade no país a fazer esse tipo de negociação, motivada pela demora do governo federal em estabelcer um prazo para o início da vacinação, e pela recusa inicial do Ministério da Saúde em incluir a Coronavac – produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a empresa chinesa Sinovac – no programa nacional de imunização.
A ‘queda de braços’ entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria, era o motivo da rejeição, que acabou afastada diante da dificuldade do Brasil em conseguir vacinas importadas, já requisitadas por outros países que saíram na frente.
Internamente, a avalição foi de que o movimento teve resultado positivo. Com a movimentação iniciada pela Fecam, 184 prefeituras no país procuraram o Butantan para fechar acordos de compra de vacinas, entre elas capitais como Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte. Outras 10 associações também procuraram o instituto, o que soma cerca de mil cidades.
A pressão das prefeituras e de boa parte dos estados brasileiros teve papel importante na mudança de postura do governo federal, que voltou atrás em relação à Coronavac e agilizou a apresentação do Plano Nacional de Imunização. A expectativa é que a vacinação inicie na quarta-feira (20).
Com informações NSC Total