Depois de quatros meses de índices positivos, a produção industrial brasileira caiu. Dados do IBGE divulgados esta semana apontam recuo de 0,8 em agosto, na comparação com julho.
A diminuição foi maior que a esperada pelas consultorias financeiras, que apontavam um recuo de no máximo 0,1%.
Mas o número abaixo da expectativa não significa uma preocupação grande, apenas um alerta.
Apesar de todo o potencial do setor, o acumulado do ano é positivo, 1,5% de janeiro a agosto.
Na comparação com julho do ano passado, no auge maior da crise econômica recente do país, os índices são ainda mais expressivos: 4% maior.
Ou seja, devemos ficar atentos, mas não há motivo de preocupação maior, de mudança na tendência de retomada do crescimento.
Altos e Baixos
A queda na produção no mês de julho ficou concentrada em poucos grupos, porém importantes, como a indústria alimentícia e de máquinas e equipamentos. Dos 24 ramos analisados pelo IBGE no mês de julho, 16 mostraram avanço.
No ramo de alimentos, o açúcar foi o vilão, ele que foi destaque nos resultados positivos anteriores, fruto da antecipação da moagem da cana nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, por conta do clima.
Entre os que segmentos que apresentaram bom resultado estão o de veículos automotores, reboques e carrocerias, com 6,2%, e perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal, 5,5%.
Força
O resultado mostra a força da indústria brasileira. Mesmo com o cenário adverso, o setor produtivo mostra recuperação.
Mas estamos longe de explorar todo o potencial, por conta das incertezas provocadas pela área política, que paralisam o país.
As reformas estruturantes, como a Tributária e a Previdenciária, não conseguem avançar e a máquina pública não para de gastar.
Para administrar a turbulência, o Governo Federal distribui benesses ao Congresso Nacional, abrindo os cofres públicos sem critério, gastando muito e de forma ineficiente.
Enquanto isso, o setor produtivo, em especial o industrial, sofre com a alta carga de impostos e a indefinição dos rumos da economia.
Mas tenho confiança que é através da indústria, do setor produtivo, que o Brasil vai superar este difícil momento e reencontrar o caminho do desenvolvimento, independente dos políticos.