O professor Roger Francisco Ferreira de Campos do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da UNIARP realizou uma pesquisa da qualidade da água do Rio do Peixe, através de análises químicas, físicas e biológicas. O estudo buscou analisar se o município de Caçador está interferindo na qualidade da água do Rio do Peixe pelo lançamento de efluentes sanitários e industriais. O trabalho foi realizado em parceria com a Fundação do Meio Ambiente (FATMA) e Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI).
De acordo com o estudo, a área urbana do município de Caçador interfere na qualidade da água do Rio do Peixe, devido à quantidade de efluentes domésticos (esgoto) e efluentes industriais que são lançados direta e indiretamente no corpo hídrico. A qualidade da água diminui onde existe interação das atividades urbanas.
O trabalho de pesquisa foi realizado no período de um ano e analisou a interferência urbana sobre as diferentes condições climáticas (estações do ano). Foram 11 pontos amostrais – entre o município de Calmon, Caçador e Rio das Antas, sendo dois pontos a montante (antes de entrar na área urbana do município), cinco pontos na área central do município de Caçador, dois pontos a jusante (depois de passar pela área urbana do município) e dois pontos nos principais afluentes da área do estudo (Rio Caçador e Rio Castelhano).
O professor explica que foram empregados 27 parâmetros amostrais para analisar a interferência do Município na qualidade da água. Desses, foram selecionados nove parâmetros conforme a National Sanitation Foundation e estabelecendo um Índice de Qualidade de Água (IQANFS). Esse índice estabelece uma nota (ponderação) de 0 a 100 e dessa nota apresenta uma classificação. “A situação pode ser revertida com incentivo público – desenvolvimento de projetos voltados ao saneamento do município – como o sistema do Ulisses Guimarães, que trata o esgoto doméstico do bairro Martello, mas principalmente com a conscientização das pessoas”, salienta Campos.
Ele destaca ainda a importância da limpeza anual ou a cada dois anos das fossas sépticas. “A questão da limpeza está relacionada com o dimensionamento do sistema das fossas sépticas em sua casa, visto que esse sistema é um mecanismo que evita a contaminação do Rio do Peixe”, relata. Segundo ele, é de fundamental importância também evitar a contaminação da água do Rio do Peixe com óleo de cozinha. “É preciso evitar jogar o óleo nas pias, como também não descartar remédios e outros produtos químicos que não sejam de utilização na higienização da casa em pias, ralos e outros, visto que os mesmos além de diminuir a eficiência do sistema de tratamento de esgoto, indiretamente contamina o Rio do Peixe”, alerta.