Ícone do site Notícia Hoje

Procon notifica três indústrias em Santa Catarina por aumento de até 50% no preço do leite

O Procon de Santa Catarina notificou nesta terça-feira (24) três empresas de laticínios pelo reajuste no preço do leite longa vida distribuído aos supermercados. Denúncias recebidas pelo órgão de defesa do consumidor dão conta de que o valor chegou a subir 50% nos últimos sete dias.

Foram notificadas as empresas Aurora, Terra Viva e Tirol, que terão 24 horas para responder ao Procon e ao Ministério Público de Santa Catarina qual a justificativa para o reajuste de preços. Também terão que apresentar as notas fiscais emitidas na última semana.

Publicidade

Levantamento divulgado pelo Procon SC indica que os preços de embalagens de leite longa vida das três marcas dispararam nas prateleiras dos supermercados, e isso já pode ser sentido pelo consumidor final.

Segundo o Procon, há registro de que um litro de leite, que custava R$ 2,12 há uma semana, está sendo vendido a R$ 3,23 – um reajuste de 52%.

Tiago Silva, diretor do Procon SC, diz que a Associação Catarinense de Supermercados (Acats) já vinha indicando o reajuste do leite, por parte dos fornecedores. Há preocupação dos órgãos de defesa do consumidor de que a pandemia de coronavírus, e a maior procura por itens essenciais, leve à elevação dos preços e onere o consumidor final.

Caso o aumento do leite não seja justificado, pode configurar prática abusiva, de acordo com o Procon.

O que dizem as indústrias
A Aurora informou, por meio da assessoria de imprensa, que aguarda receber a notificação para se manifestar.

A indústria Terra Viva informou que recebeu a notificação, mas não havia nenhum responsável disponível para comentar o caso.

Em nota, a Tirol informou que ainda não foi notificada e “não enxerga motivos para isso”. Diz, ainda, que o leite longa vida está sujeito a diversas variáveis que interferem no preço – “Uma série de fatores determinam o preço do leite UHT, dentre eles a entre safra pela qual estamos passando, a seca que nos assola, a subida dos preços dos insumos, o custo adicional para distribuição pulverizada do Leite Longa Vida decorrente da emergência do atendimento ao consumidor, enfim, todos os fatores infelizmente coincidiram com esse período. Conclusões precipitadas não podem ser tomadas”.

A empresa informa ainda que tem cumprido seu papel social durante a pandemia, e orienta que os consumidores comprem apenas o necessário, garantindo que os estoques permanecerão abastecidos.

O que diz o sindicado

O Sindicato das Indústrias de Laticínios de SC (Sindileite) também se manifestou. Em nota assinada pelo presidente, Valter Antônio Brandalise, a entidade informa que a produção de leite foi impactada por altos custos nos últimos meses, o que levou a uma redução no volume de produção. Com menos quantidade de produto disponível, o preço sobe naturalmente.

Aliado a isso, segundo o comunicado, estamos em fase de entressafra, agravada pela estiagem. “Nos últimos meses a produção no Sul recuou mais de 20%, e com isso os preços do leite UHT naturalmente iriam subir ,como sobem todos os anos neste período”.

A nota reforça ainda o posicionamento da indústria, dizendo que o leite é um produto com oscilação semanal de preços, para cima e para baixo. O sindicato diz que os preços se mantiveram estáveis entre novembro do ano passado e fevereiro deste ano, enquanto os custos de produção subiram 10%.

A entidade também cita o aumento no preço do frete, em razão da paralisação de atividades, como um dos fatores que eleva o custo do leite, além da alta em insumos como milho e soja. “A infeliz coincidência está levando a conclusões precipitadas sobre o assunto. O fato é que estamos, com oferta menor de matéria prima em função da entressafra, custos de produção maiores nas indústrias, pressão de custos pela escalada do dólar, margens negativas do produto de mais de ano, pressão de custos de produção no campo e finalmente, é normal em todos os anos nesta época o aumento do preço do leite”.

Com informações NSC Total 

Sair da versão mobile