A Polícia Civil divulgou na manhã desta segunda-feira, 8, em coletiva de imprensa em São Leopoldo, os nomes dos suspeitos de assassinar duas crianças em um ritual satânico em Gravataí. Na ocasião, o delegado Moacir Fermino deu mais detalhes sobre o crime. As vítimas foram localizadas esquartejadas na Lomba Grande em Novo Hamburgo em 4 de setembro de 2017.
O bruxo apontado como líder da seita foi identificado como Silvio Fernandes Rodrigues, que teria realizado o ritual envolvendo o sacrifício das crianças. Os outros investigados são Jair da Silva, Andrei Jorge da Silva, Anderson da Silva, Paulo Ademir Norbert da Silva, Jorge Adrian Alves e Márcio Miranda Brustolin.
De acordo com o delegado, até mesmo os policiais ficaram chocados com a resolução do crime, que ninguém esperava se tratar de um ritual satânico. Chamada de Operação Revelação, a investigação apontou os detalhes bárbaros do duplo homicídio. As crianças teriam sido embriagadas com álcool, quase a ponto de chegar a coma alcoólico, amarradas a pedestais, decapitadas e esquartejadas.
Os sete participantes do ritual teriam bebido o sangue e comido a carne das vítimas. Uma capa do bruxo foi apreendida pelos policiais dentro de um cofre, além de capuzes, máscaras de lobisomem e dois pedestais com cordas onde as vítimas teriam sido amarradas.
Uma das testemunhas relatou aos policiais o que aconteceu na noite que as crianças foram mortas. Silvio teria falado em outro idioma durante o ritual, que a investigação acredita ser aramaico, já que ele era adorador de Moloch. Jair da Silva e Paulo Ademir teriam encomendado o ritual para atrair sucesso financeiro. Eles teriam pago R$ 25 mil ao bruxo para a realização do crime.
As crianças ainda não foram identificadas, mas a Polícia acredita que elas tenham sido trazidas da Argentina, de Corrientes ou Missiones. Através do exame de DNA, confirmou-se que as crianças são dois irmãos, filhos de pais diferentes. Seria um menino, entre 8 e 10 anos de idade, e uma menina, entre 10 e 12 anos. Os criminosos teriam trocado um caminhão roubado pelas crianças. Os crânios não foram localizados. A busca pelo DNA das vítimas nos bancos de dados do RS não rendeu resultados. Uma nova pesquisa será feita no país vizinho em busca de crianças desaparecidas.