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Pesquisa aponta dados sobre violência sexual em Caçador

Uma pesquisa realizada pela enfermeira Paula Brustolin Xavier destaca os números alarmantes e a necessidade da conscientização e combate ao abuso à exploração sexual de crianças e adolescentes no município. Para se ter uma ideia, no período entre os anos de 2012 e 2016 foram registradas em Caçador 414 notificações de diferentes tipos de violência.

O estudo de Paula aponta para a necessidade das ações e serviços dos profissionais da saúde para identificar o risco ao qual estão expostas as vítimas e a importância de realizar a denúncia junto aos órgãos competentes.

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Os números da pesquisa mostram que 41% das vítimas tinham entre um e 19 anos de idade, e uma média de 18 novos casos por ano. O predomínio das vítimas agredidas sexualmente está na faixa etária de 10 a 14 anos, apontando 52% do total. Em seguida, 32% entre 15 e 19 anos. O sexo feminino é maioria nesta estatística, sendo 88% do total.

Associado à violência sexual, 48%, das vítimas sofreu violência física. A maior parte dos abusos ocorreu na residência das vítimas, sendo 69%. E os agressores, em 47% dos casos eram pessoas conhecidas, amigos, ex-namorado ou cônjuges. Pessoas de relações próximas como pai, irmão, padrasto ou primo estavam envolvidos em 29% das vezes. E 24% foram considerados desconhecidos. Quase metade do número de vítimas, 47%, sofreu o abuso mais de uma vez.

Em sua pesquisa, Paula relata que as notificações são obrigatórias por lei e que os números avaliados podem não ser os casos totais da cidade. “Falar de abuso e violência sexual se torna cada vez mais necessário em nosso meio. Embora tenhamos subnotificações dos casos, pelo fato dos profissionais e órgãos que atendem não realizarem a comunicação que é obrigatória por lei”.

“A violência sexual é caracterizada por tentativas de atentado ao pudor até o estupro, deixa profundas marcas na saúde mental e física das vítimas. Esse agravo tem se tornado frequente em nosso município, causando sérias repercussões e relevante problema de saúde pública, pois se trata de um público extremamente vulnerável”, completou.

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