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Padre Gilberto morre no Rio de Janeiro

Padre Gilberto morre no Rio de Janeiro

O padre Gilberto Bugnon, que foi pároco da igreja Nossa Senhora Rainha de 1995 até 2003, morreu neste domingo, 29, no Rio de Janeiro.

Aos 70 anos, ele lutava contra um câncer há pelo menos 1 ano e meio, mas não conseguiu vencer.

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Atualmente, ele era pároco da Paróquia Nossa Senhora do Amparo, em Tanguá, no Rio de Janeiro.

História

Pe. Gilbert Bugnon, nasceu em 1942, numa pequena cidade no sul do Canton, a alguns quilômetros de Vevey, na Suíça, em Châtel-St-Denis, durante a guerra. Filho de uma família de 5 irmãos, estudou na escola primária de Rue e gostava de ler. Com 6 anos, já havia lido todos os livros da biblioteca da escola.

Numa tarde, no início de inverno, a sua mãe preparava o jantar, a irmã menor brincava com as bonecas, o irmão e a irmã maiores faziam as tarefas da escola. O pequeno Gilbert estava lendo um livro. No diálogo do livro, um dos meninos, disse que ele queria ser padre e com o companheiro, houve toda argumentação por e contra.

Este diálogo foi para ele. Teria gostado que a argumentação negativa fosse vencedora, mas não teve desculpas suficientes para ser padre. Foi falar com a mãe. Ela olhou, ficou silenciosa um tempo e lhe disse. “Será muito difícil, mas eu te ajudarei”.

Alguns meses depois, como coroinha, acompanhou o pároco enquanto este levava a Eucaristia a um doente. Na volta, o padre lhe pediu. “O que você quer fazer quando for adulto? E o pequeno Gilbert lhe respondeu. “Como o senhor, padre”.

Tinha 10 anos de idade.

Veio o momento de decidir onde estudar. A mãe não queria  que fizesse as viagens todos os dias na cidade vizinha. Então ficou no internato.

Alguns companheiros estudavam num pequeno seminário, mas ele quis ir lá para não cair no desconhecido total. No dia 24 de abril de 1954, entrou em La Corbiere, pequeno seminário em Estavayer-le-Lac. Ficou lá três anos. Depois, foi numa outra escola dos MSFS, no Instituto Florimont, em Genebra.

Em 1960, a família foi morar em Fribourg.

No dia 30 de abril de 1961, entrou no noviciado dos MSFS em Fribourg. Não foi fácil. Durante 6 meses, cada manhã, ele pensava. “Eu vou ficar até a noite”. E cada noite. “Eu vou ficar até a manhã”. Depois foi melhorando. Três semanas antes de terminar o noviciado, teve apendicite, peritonite e oclusão intestinal.

Na época, quem estava fora da casa do noviciado mais do que quinze dias, devia refazer estes dias. Quem estava fora mais do que trinta dias, devia refazer todo o noviciado.

E ele dizia ao Senhor. “Se eu ficar mais de trinta dias no hospital será para mim, um sinal que eu não devo ser padre”. Ficou 17 dias no hospital. Fez os 17 dias de noviciado a mais e no dia 17 de maio de 1962 fez a sua profissão.

No dia 30 de março de 1968, recebeu a ordenação sacerdotal do professor de liturgia Dom Hänggi, que tinha sido consagrado bispo de Basília alguns meses antes.

Durante seu tempo de seminário, cuidou das crianças da paróquia e organizaram a Ação Católica da Infância e Adolescência. Logo depois da ordenação sacerdotal, o Padre responsável desta pastoral, pediu aos superiores que o Pe. Gilbert o ajudasse. Assim, foi nomeado responsável desta pastoral para o Canton de Fribourg e ajudante do padre pela parte francesa da Suíça (3 dioceses).

Em 1972 , foi nomeado diretor do Colégio La Corbière em Estavayer-le-Lac, diretor de seus professores. Eles o ajudaram muito e lá ficou 15 anos.

Nestes anos, fez tudo: Diretor, professor de Francês, de matemática, de geografia, de história, de religião, de biologia, responsável da disciplina, fiscalizou as refeições, o dormitório, as pausas e os estudos. Durante as férias, fez a cozinha, limpou, pintou as salas com o irmão que era mais do que feliz de dar ordens ao diretor.

Em 1987, foi nomeado prefeito dos estudos do secundário no Instituto Florimont. Tinha a responsabilidade de 600 alunos, 70 professores com os programas da França e da Suíça.

Nestes anos , foi presidente das escolas católicas da Suiça.

Desde o início da sua vocação, queria ser missionário, além fronteiras. Quando foi ordenado, pediu para ser missionário. “Não é possível, nós precisamos de você aqui.”

De 1968 até 1991  fez 3 pedidos sem sucesso. Enfim em 1991, teve a oportunidade de fazer um quarto pedido e recebeu uma resposta afirmativa.

Mês de abril de 1992, de novo problema de saúde: Hospital, cirurgia grave, peritonite. O provincial que lhe tinha dado autorização, veio lhe dizer que poderia ser que ficasse em Genebra para ser diretor do Instituto. Alguns  dias depois , ele veio confirmar a sua possibilidade de poder vir para o Brasil.

No dia 12 de outubro de 1992, voou para o Brasil. Foi em Caçador, Santa Catarina, que ficou até janeiro de 2003 na Paróquia Nossa Senhora Rainha. Primeiro como vigário durante um ano. Depois como pároco.

Mês de julho de 2002, foi nomeado em Tanguá, onde chegou no fim de janeiro de 2003 e permaneceu até a sua morte.

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