Existem quatro características fundamentais na realidade escolar que se tornam pontos de convergência das atividades aí desempenhadas. Estes dizem respeito ao processo educacional, à situação de ensino e de aprendizagem.
A realização dessas atividades dinamiza o sistema escolar. A sua força pode se tornar tão intensa que chega a levá-lo a passar além dos objetivos que levanta para si mesmo e para aquelas atividades.
É este dinamismo que determina a realidade escolar, ao mesmo tempo em que a desvenda como ambígua em muitos dos seus aspectos peculiares (BICUDO, 1978).
A organização escolar envolve um complexo de posições e de papéis informais, os quais diferenciam de escola a escola quanto a sua maneira de apresentação.
Como em qualquer grupo social, o referente à sala de aula é constituído por um conjunto de posições e papéis diferentes entre si. Estas posições são desenvolvidas pelos estudantes, ainda que possa existir uma influência praticada pelo tipo de relacionamento que o professor desencadeia nesse grupo.
Por conseguinte, o fator sucesso na escola pode envolver mais que somente realizações acadêmicas.
O valor atribuído ao mencionado sucesso na organização formal da estrutura escolar é afetado pelas posições e papéis exercidos pelos estudantes nos diversos grupos existentes dentro da escola.
Enquanto um grupo social, a escola possui uma função determinada dentro do todo a qual pertence, ou seja, a sociedade.
Os seus objetivos são apresentados a partir e em função desse todo. Isto, tanto de um ponto de vista imediato, em relação à necessidade de elementos especializados para cumprir determinadas funções que lhe são importantes, como de um ponto de vista mais remoto, relativo à sua história cultural (BICUDO, 1978).
De acordo com o magistério de Seemann (s.d., p. 23), uma das funções específicas do orientador educacional é “participar, junto à comunidade escolar, na criação, organização e funcionamento das instâncias colegiadas, tais como; conselho de escola, APP, grêmio estudantil e outros, incentivando a participação e democratização das decisões e das relações na unidade escolar”.
Com isto, a escola, como toda sociedade, desempenha uma função educadora sobre o educando por meio do próprio processo de socialização, quando ele está sujeito a assumir o papel-do-outro e do outro-generalizado, e quando se expõe a relacionamentos pessoais.