Grupos grandes de gafanhotos foram identificados em três cidades do Noroeste do Rio Grande do Sul: Santo Augusto, São Valério do Sul e Bom Progresso. Diferentes daqueles, registrados na Argentina e no Paraguai, que ameaçaram entrar no território brasileiro entre junho e julho, técnicos da Secretaria Estadual de Agricultura destacam que esses insetos não formam nuvens, tampouco se deslocam por grandes distâncias. “São duas espécies aparentemente. Uma suspeita é a mesma de Misiones. Mas possivelmente não houve migração, são espécies de ocorrência na região”, explica Ricardo Felicetti, chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal.
Ele se refere a outro grupo de gafanhotos da espécie tucura, identificado na província de Misiones, na Argentina, a cerca de 20km de distância da fronteira com a cidade de Porto Xavier, no estado gaúcho. Segundo o agrônomo da Secretaria Estadual de Agricultura, essas espécies de alimentam normalmente de mata nativa e vegetação espontânea. No entanto, se houver algum desequilíbrio, com número maior de insetos, eles podem se alimentar de lavoura. O maior receio é com as plantações de soja, onde já houve registros “bem iniciais, não a nível de dano pronunciado”, conclui o técnico.
A esperança dos agricultores está na previsão de chuva e até temporais na região para as próximas horas e dias. “O calor e baixa precipitação favorecem a proliferação. Como é uma espécie de ocorrência natural, a precipitação tende a possibilitar a atuação de entomopatógenos, que controlam a população naturalmente. Há um prognóstico de chuva diminuição na temperatura, o que vai auxiliar em diminuir a infestação”, conta Felicetti.
Com informações CNN