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Ministro defende novo aumento no preço de cigarro

O tema veio à tona após apresentação de dados de uma pesquisa Inca que mostra que um aumento de 50% poderia evitar 136 mil mortes em dez anos no país

A afirmação ocorreu durante evento do Ministério da Saúde em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Fumo. O tema veio à tona após apresentação de dados de uma pesquisa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) que mostra que um aumento de 50% no preço do cigarro poderia evitar 136 mil mortes em dez anos no país, além de 507 mil infartos agudos do miocárdio e 64 mil novos cânceres.O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse nesta semana que o governo estuda um possível aumento de até 50% no preço dos cigarros, conforme recomendação de órgãos internacionais, mas que é preciso discutir também um avanço no combate ao contrabando.

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Apesar de dizer ser favorável à medida, Barros, no entanto, citou a preocupação com o possível aumento no contrabando com o maior preço. Antes de comentar sobre a medida, chegou a questionar representantes do Inca presentes no evento sobre qual a parcela de cigarros contrabandeados no Brasil, hoje estimada pela indústria em 30%.

Tania Cavalcanti, do Inca, respondeu que tanto o aumento de preços quanto o combate ao contrabando são medidas que fazem parte da Convenção-Quadro, cuja ratificação hoje tramita no Congresso.

Para ela, o aumento nos preços é uma estratégia fundamental para reduzir o consumo de cigarros. Desde que adotou o aumento da taxação e adoção de preços mínimos para o cigarro, em 2011, o Brasil acelerou a queda no número de fumantes, segundo dados do Ministério da Saúde –passou de 13,4% para 10,2% no último ano.

Hoje, o aumento do contrabando é o principal argumento da indústria do tabaco para evitar novo aumento do preço dos cigarros.

Outras medidas previstas na convenção, como a adoção de mais alertas na embalagem ou até mesmo de uma embalagem genérica, em que todas as marcas seguiriam um padrão semelhante, sem destaque de cores, por exemplo, também estão em discussão, de acordo com o ministro.

Fumantes passivos

O ministério também apresentou novos dados sobre o consumo de cigarros no Brasil. Em oito anos, o número de fumantes passivos dentro de casa diminuiu 42%, segundo dados da pesquisa Vigitel.

Em 2009, o índice de pessoas que inalam a fumaça de cigarro no domicílio correspondia a 12,9% da população adulta. Já em 2016, ano dos dados mais recentes disponíveis, esse percentual caiu para 7,3%.

Apesar da queda, o número ainda preocupa, informa Fátima Marinho, da Secretaria de Vigilância em Saúde. Estudos apontam que a exposição à fumaça do tabaco está relacionada ao aumento no risco de câncer de pulmão, infarto e de outras doenças graves ligadas ao tabagismo.

O governo atribui a queda tanto no número de fumantes quanto no de fumantes passivos às medidas de controle do tabagismo adotadas nos últimos anos, como a definição de preços mínimos e aumento da taxação dos cigarros, o veto à publicidade e a regulamentação da lei antifumo, que proibiu o fumo em lugares fechados, abolindo fumódromos, por exemplo.

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