Os caminhoneiros autônomos continuam as manifestações nas rodovias de Santa Catarina durante esta terça-feira (22). De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), ao menos 21 trechos têm caminhões paralisados nas estradas federais. O único ponto com bloqueio total da pista é o km 282 da BR-101 em Imbituba, onde manifestantes interromperam o trânsito por volta das 8h e os carros, motos e ônibus precisam usar a via marginal.
A rodovia com o maior número de paralisações é a BR-101, onde os caminhões fazem fila em seis trechos, do Litoral Norte ao Extremo Sul: Itajaí, Imbituba, Tubarão, Jaguaruna, Maracajá e Araranguá. Outras manifestações são realizadas na BR-282, BR-470, BR-280 e BR-116 — o que afeta praticamente todas as regiões de Santa Catarina. (Veja abaixo a lista de locais no Estado com manifestação)
Com exceção de Imbituba, não há registro de obstrução de trânsito para carros e motos, de forma que apenas motoristas de veículos pesados são obrigados a parar e convidados a aderir ao movimento. Por isso os veículos de passeio que passam pelos locais com paralisação são afetados apenas com a lentidão no trânsito, já que alguns trechos os caminhoneiros ficam no meio da pista.
O local com uma das maiores mobilizações é o km 7 da BR-116 em Mafra, no Planalto Norte de Santa Catarina. Cerca de 100 caminhões estão parados no acostamento e os motoristas controlam a passagem de veículos pelo local, o que causa congestionamento de dois quilômetros nos dois sentidos da pista.
Nas rodovias estaduais há pelo menos uma manifestação, a qual é realizada na SC-415. Caminhoneiros estão reunidos desde segunda-feira nas proximidades do porto de Itapoá, no Norte do Estado, onde estão parando os veículos de carga e deixando carros e motos passar pelo bloqueio.
Confira onde ocorreram as manifestações
BR-101
– Km 116 em Itajaí (Litoral Norte).
– Km 282 em Imbituba (Sul), onde os manifestantes paralisaram o trânsito na rodovia; PRF está no local.
– Km 342 em Tubarão (Sul).
– Km 354 em Jaguaruna (Sul).
– Km 402 em Maracajá (Sul)
– Km 421 em Araranguá (Sul).
BR-116
– Km 7 em Mafra (Norte).
– Km 54 em Papanduva (Norte).
– Km 99 em Santa Cecília (Serra).
– Km 138 em Santa Cecília (Serra).
– Km 245 em Lages (Serra).
BR-280
– Km 21 em Araquari (Norte).
– Km 120 em Rio Negrinho (Norte).
BR-282
– Km 263 em São José do Cerrito (Serra).
– Km 344 em Campos Novos (Serra).
– Km 395 em Joaçaba (Oeste).
– Km 463 em Ponte Serrada (Oeste).
– Km 571 em Nova Erechim (Oeste).
BR-470
– Km 9 em Navegantes (Litoral Norte).
– Km 68 em Indaial (Vale do Itajaí).
– Km 249 em Curitibanos (Serra).
SC-415
– Km 1 em Itapoá (Norte).
Manifestação nacional
O movimento que começou nesta semana e ainda não tem data para terminar foi convocado pela Associação Brasileira dos Caminhoneiros. A pressão da categoria resultou na convocação de uma reunião, prevista para esta segunda-feira à noite, entre o presidente Michel Temer (MDB) e ministros. Nos bastidores, o governo estuda a possibilidade de reduzir impostos para tentar amenizar o impacto dos reajustes para os consumidores.
Além disso, o Senado e a Câmara dos Deputados também anunciaram uma reunião com parlamentares, autoridades e especialistas do setor para o próximo dia 30. Conforme a Agência Estado, em Brasília, motoristas de 50 caminhões guincho fizeram um protesto na Esplanada dos Ministérios, passando em frente ao Congresso Nacional.
Por se tratar de uma paralisação de autônomos — trabalhadores que têm seus próprios veículos e prestam serviços sem a intermediação de transportadoras — as adesões são pulverizadas e sem liderança formal. No entanto, em Santa Catarina, o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens (Sindicam-SC) representa a categoria. A reportagem entrou em contato com o sindicato, que informou que apenas se manifesta por nota ou em entrevistas gravadas.
Já Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística (Fetrancesc) informou por nota que é contrária à nova política de preços da Petrobras e que “é solidária a todo e qualquer tipo de manifestação na sua íntegra, desde que pacífica”.
Com informações Diário Catarinense