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Macaco bugio morre de febre amarela no Oeste

Um macaco-bugio morreu em decorrência de febre amarela em Abelardo Luz, no Oeste de Santa Catarina. O animal veio a óbito no dia 24 de novembro, mas o exame com a confirmação da presença da doença saiu apenas no dia 23 de dezembro e foi informado pela Vigilância Epidemiológica do município no fim da tarde desta segunda-feira (28).

De acordo com a bióloga da DIVE/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina), Renata Gatti, em Abelardo Luz existe registro de 12 mortes de macacos, mas apenas três passaram por análise em decorrência do elevado estado de decomposição dos animais. “Um resultado foi negativo, um positivo e um ainda está em investigação”, informa.

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Renata explica que na febre amarela silvestre, os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes transmitem o vírus, e os macacos são os principais hospedeiros. Nessa situação, os casos humanos ocorrem quando uma pessoa não vacinada, que mora próximo ou frequenta uma área silvestre, é picada por um mosquito contaminado.

Na febre amarela urbana, o vírus é transmitido ao homem pelos mosquitos Aedes aegypti. Porém, segundo a bióloga, nessa área, a ocorrência não é registrada no Brasil desde 1942.

“É uma doença infecciosa febril aguda, causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes), que pode levar à morte em cerca de uma semana se não for tratada rapidamente”, esclarece.

A vigilância de casos humanos é feita por meio da notificação de casos com sintomatologia compatível com FA. Todo caso suspeito deve ser imediatamente comunicado por telefone ou e-mail às autoridades de saúde (em até 24 horas), por se tratar de doença grave com risco de dispersão para outras áreas do território nacional e internacional.

Casos em primatas não humanos

Com relação a presença da febre amarela em PNH (Primatas Não Humanos), o boletim da Dive/SC destaca que entre os dias 29 de dezembro de 2019 a 11 de dezembro de 2020, foram notificadas 975 epizootias de PNH em 86 municípios de Santa Catarina.

Neste período, do total de PNH acometidos, 614 (63%) tiveram a causa da morte indeterminada (sem possibilidade de diagnóstico devido à ausência de coleta de amostras para análise), 206 (21%) permanecem em investigação, 49 (5%) apresentaram resultado negativo e 106 (11%) foram confirmados com febre amarela.

Febre amarela em humanos

De acordo com o boletim da Dive/SC, entre a semana de 29 de dezembro de 2019 a 11 de dezembro de 2020, foram notificados 171 casos humanos suspeitos de febre amarela em Santa Catarina. Destes, 153 foram descartados (121 por critério laboratorial e 32 por critério clínico epidemiológico), 17 foram confirmados e um permanece em investigação. Dos casos confirmados, dois evoluíram para morte.

Entre os 17 casos confirmados, apenas um era do sexo feminino. A média de idade foi de 41 anos (faixa etária de 18 a 59 anos). Os casos ocorreram em municípios com notificação de epizootias, confirmadas ou indeterminadas, sendo que todos têm em comum a ausência de registro da vacina contra a febre amarela.

Até o encerramento desta reportagem, o ND+ não conseguiu contato com a Vigilância Epidemiológica do município de Abelardo Luz, mas a matéria segue em atualização.

Com informações ND Mais 

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