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Lula afirma em discurso que vai se entregar para a PF

Condenado a 12 anos e 1 mês de reclusão por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é, desde a última quinta-feira, 5, alvo de uma ordem de prisão expedida pelo juiz Sérgio Moro.

O petista tinha até as 17h desta sexta-feira (6) para se apresentar à Polícia Federal. O prazo foi ignorado por ele, que está desde a noite de quinta-feira no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP).

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Entretanto, em discurso de 55 minutos para manifestantes contrárias à sua prisão, o ex-presidente afirmou que vai se entregar para a Polícia Federal. “Eu falei para os companheiros: ‘Se dependesse da minha vontade, eu não iria. Mas eu vou’. Eu vou porque eles vão dizer a partir de amanhã que o ‘Lula está foragido’, que o ‘Lula está escondido'”, afirmou.

Depois do discurso, Lula voltou ao prédio do sindicato. Para o ex-presidente, haverá continuidade após a prisão. “Minhas ideias estão pairando no ar, não há como prendê-las. Quando eu parar de sonhar, eu sonharei pela cabeça de vocês. Não adianta achar que tudo vai parar quando o Lula enfartar, o meu coração baterá pelo coração de vocês. Por milhões de corações. Não adianta acharem que vão fazer com que eu pare, eu não pararei porque não sou mais um ser humano. Eu sou uma ideia”, disse.

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As informações do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde o ex-presidente Lula almoça com a família, indicam que ele deverá deixar o local às 16h30 para se entregar à Polícia Federal e ser preso. Ainda não se sabe exatamente qual será o destino de Lula. Mas é provável que ele siga para o aeroporto de Congonhas, onde deve embarcar rumo a Curitiba.

Ato religioso

Lula saiu do sindicato às 10h40 deste sábado, após ficar dois dias dentro do prédio, desde quando o seu mandado de prisão foi expedido, na quinta (5), para participar do ato religioso em homenagem a ex-primeira-dama Marisa Letícia, que completaria 68 anos neste sábado.

Ao lado do ex-presidente, em cima do caminhão, estavam a ex-presidente Dilma Rousseff, o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, o líder do MTST Guilherme Boulos, a deputada Manuela D’Ávila (PCdoB), a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, Aloizio Mercadante, o senador Lindbergh Farias, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, o vereador Eduardo Suplicy, entre outros.

O ex-ministro Gilberto Carvalho fez a leitura da biografia de Marisa Letícia e um padre comandou uma celebração religiosa. “Uma súplica pela paz justiça e solidariedade e principalmente pelo amor fraterno. Estamos reunidos para celebrar o amor fraterno com a certeza que vencerá o ódio”, disse o religioso.

Artistas como Tulipa Ruiz e Thaíde cantaram músicas, entre as quais “O que é, o que é?”, de Gonzaguinha, e “Maria, Maria”, de Milton Nascimento e “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga.

Dilma também falou durante o ato: “Nós somos da paz, nós não somos nem da injustiça, nem da violência”, disse Dilma.

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