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José Maria Vigil e a Teologia do Pluralismo Religioso IV – Por Adelcio Machado dos Santos

O diálogo religioso deve ser introduzido no espírito da regra de ouro. Há uma ética mínima a ser aplicada ao diálogo. Cada pessoa religiosa e cada uma das instituições religiosas deve fazer sua regra de ouro no campo de sua própria relação com as outras religiões: não trates as outras religiões como não queres que tratem a sua.

A prevalência da ética, do respeito, da escuta do outro, da tolerância, da diversidade cultural e religiosa, das minorias religiosas, da pluralidade, dos direitos humanos culturais e religiosos são uma ética mínima que se deve conquistar, a partir tanto de uma consciência ética secular, como da consciência das grandes religiões que favorecem com sua regra de ouro esta mesma ética.

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Nenhuma verdade está só, isolada, completa e perfeita em si mesma, nem é percebida como intocável e entronizada na cúpula da absolutização. A verdade precisa de outra verdade, completa-se e se enriquece em sua relação com outra.

Se uma verdade não pode ser colocada em relação com outras, há de ser questionada em sua veracidade.

Se há verdade e santidade ns religiões, isso significa direta e imediatamente que os homens e mulheres que as praticam se salvam nelas e por elas; não a simples título individual, menos ainda à margem ou apesar delas.

Deus está se revelando e exercendo sua salvação e todas e cada uma das religiões, sem que nunca nenhum homem ou mulher tenham estado privados da oferta de sua presença amorosa. Se Deus se revela para todos, então todas as religiões são reveladas e, portanto, nessa mesma medida, verdadeiras.

A história humana é uma história religiosa. A religião tem sido sua grande protagonista, e corresponsável tanto por acertos como por grandes erros – e estes últimos não têm sido pequenos.

As religiões não estiveram sempre a favor da justiça e na defesa dos pobres, e sim bendizendo, com muita freqüência, a guerra contra os pobres, sancionando ideologicamente os mecanismos que o empobrecem cada vez mais.

Toda teologia e toda espiritualidade dependem e provêm, em última instância, não de uma idéia genial originária de algum teólogo, e sim da experiência de Deus feita pela comunidade num determinado tempo e lugar.

O fundamento mais profundo do macroecumenismo latino-americano é a experiência de Deus vivida pelos cristãos do Continente, esse se baseia no macroecumenismo do próprio Deus. São, pois, uma imagem e uma experiência de Deus os fundamentos em jogo.

 

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