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Horário das aulas noturnas volta a ser debatido na Câmara

A vereadora Cleony Figur trouxe, na sessão ordinária desta terça-feira (11), novas informações a respeito da mudança de horário realizada pelo Governo do Estado no início deste mês, antecipando para as 18h30 o início das aulas na rede estadual no período noturno.

Ela buscou informações em Florianópolis, junto a Diretoria de Gestão de Rede e também no Setor de Recursos Humanos do governo. Em conversa com o diretor de Gestão de Pessoas, Valdenir Krieger, foi informada que a mudança de horário foi uma recomendação do governo para as Gerências Regionais de Educação, porém, não de forma impositiva.

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Quanto a antecipação do término das aulas para as 22h, evitando assim o pagamento de adicional aos profissionais da área, Cleony disse que, segundo o diretor Valdenir, não existe uma previsão legal deste pagamento dentro do ordenamento jurídico do Estado, apesar das inúmeras demandas judiciais dos trabalhadores, especialmente no período de aposentadorias.

Durante esta semana, a vereadora ainda manteve contato com os diretores das cinco escolas que oferecem o Ensino Noturno em Caçador. A informação repassada pela maioria é que eles entendem ser uma determinação do governo, no entanto a mudança está sendo assimilada com tranquilidade, comprometendo um número pequeno de estudantes que precisam chegar após o horário. Nestes casos, com as justificativas devidas, as faltas estão sendo abonadas. “Apesar de o número de alunos que está sendo prejudicados não serem tão expressivos segundo os diretores, devemos avaliar e discutir a situação, visto que não podemos afetar a qualidade do Ensino e nem prejudicar aqueles que buscam a qualificação, mesmo que em número pequeno”, disse, informando que grande parte dos alunos afetados estaria na Escola Irmão Léo, que absorve estudantes trabalhadores do comércio.

A vereadora disse também que, em conversa com alguns diretores, houve sugestão para que as aulas pudessem acontecer das 19h às 22h. Para isso, o calendário escolar precisa ser estendido para que a carga horária de aulas programadas no ano seja cumprida. “Pretendemos ir a Florianópolis no final deste mês e dentre os pedidos levaremos este, para que possa ser analisado e quem sabe colocado em prática”, informou.

O vereador Marcos Creminácio, que na semana passada abordou o assunto, agradeceu o empenho da colega, acrescentando que apesar de as escolas estaduais terem passado por um processo inovador para a escolha dos diretores, estes ainda ficam receosos em discordar de uma decisão oriunda do governo. Ressaltou ainda que a evasão escolar no ensino noturno atualmente beira os 40%, especialmente nas escolas que pegam uma camada social mais empobrecida, sendo que esta mudança pode contribuir para aumentar a realidade.

“O governo, com o objetivo de fazer o corte numa questão trabalhista fez a mudança sem conversar com ninguém. Aliás, ele vem cortando onde não deveria cortar há algum tempo. Ano passado, por exemplo, as escolas tinham à disposição um auxiliar de laboratório de informática e outro para o laboratório de Química, Física e Biologia, e neste ano ele cortou sob a alegação de falta de recursos. Agora mais este corte, e não nos surpreendemos que ano que vem ou no outro estivermos discutindo o fechamento do ensino noturno”, disse.

Para Marcos, a alteração no calendário escolar não resolveria o problema, especialmente porque há uma questão de logística envolvida. “Teria que mudar os horários de Vans que transportam esses alunos ou horários de ônibus, o contrato dos professores que encerra em uma data já determinada, o contrato da empresa terceirizada para a merenda escolar além e outros empecilhos”, lembrou.

O Vereador Moacir D’Agostini criticou a decisão sem escutar os alunos, que são os maiores interessados. Lembrou que houve a reclamação de inúmeros pais e alunos que, em muitos casos, já chegavam atrasados no antigo horário devido ao trabalho, e que a mudança comprometeria ainda mais os seus estudos.

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