Um novo golpe envolvendo tanto o popular mensageiro WhatsApp e funcionários de operadoras de celular está permitindo que criminosos clonem números telefônicos e os utilizem para pedir dinheiro para parentes e amigos das vítimas. Segundo a reportagem da emissora RBS TV, divulgada pelo Fantástico e pelo G1, ao menos dez pessoas denunciaram o esquema para a delegacia de crimes cibernéticos de Porto Alegre na semana passada.
O esquema funciona da seguinte forma: primeiro, um funcionário de operadora telefônica desativa a linha da vítima, que perde o sinal no celular. Depois, ele reativa o mesmo número em outro cartão SIM, já em posse de outro membro da quadrilha. Então, o bandido usa esse chip para acessar a conta do alvo no WhatsApp e baixar o backup de suas conversas antigas, com direito a fotos e números de contatos.
Com essas informações em mãos, os criminosos conseguem atuar de forma mais convincente enquanto enviam mensagens para amigos e familiares da vítima, pedindo que façam transferências para contas bancárias específicas em caráter de urgência. Foi o que aconteceu com um empresário da capital gaúcha, que a princípio não foi a vítima direta da clonagem, mas acabou pedindo para sua secretária enviar R$ 3 mil para um dos golpistas, que havia tomado o número de um amigo seu.
Depois de perceber que era a funcionária quem fazia as transferências, o criminoso mudou de alvo e clonou a conta do empresário, enviando mensagens diretamente para a secretária. Desavisada, ela simplesmente seguiu as ordens recebidas pelo WhatsApp e fez novos envios de dinheiro, além de pagamentos de contas, o que resultou em um prejuízo total de cerca de R$ 100 mil.
Ativar a verificação em duas etapas do WhatsApp é uma boa forma de proteger seus contatos desse tipo de golpe
Embora seja impossível se proteger contra a clonagem do seu número de celular se um funcionário de operadora estiver envolvido, uma atualização recente do WhatsApp trouxe a verificação em duas etapas para o app – o que ao menos impede que ele seja utilizado pelos golpistas. Para ativar a proteção do mensageiro com uma senha própria.
Resposta da Vivo
Nos casos citados na reportagem, um dos acusados trabalhava para a operadora Vivo. A empresa se manifestou a respeito das fraudes por meio de uma nota, que disse revisar constantemente suas políticas e procedimentos de segurança, “na busca permanente pelos mais altos controles de segurança nos acessos às informações dos seus clientes”. Confira o restante a declaração da operadora:
Quaisquer desvios, sejam de colaboradores ou de terceiros, são tratados com o rigor da lei, diz a operadora Vivo
“A empresa comunica que os casos mencionados se encontram em apuração interna e que trata com o rigor da lei quaisquer possíveis desvios, seja de seus colaboradores ou de terceiros. A Vivo mantém em sua página na Internet orientações para a prevenção de fraudes e orienta, como medida preventiva, que em situações suspeitas o cliente confirme a veracidade das informações com o solicitante utilizando outros meios de contato. Para relatar atividades suspeitas, o cliente pode enviar um e-mail para csirt.br@telefonica.com , entrar em contato com call center ligando no *8486 ou ir até uma das lojas Vivo”.