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Funcionários de frigorífico de Jaraguá do Sul fazem protesto

Funcionários do frigorífico da Peccin Agro Industrial em Jaraguá do Sul, no Norte catarinense,  fizeram um protesto nesta quinta-feira (23) contra a interdição cautelar do frigorífico pelo Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa) após a operação “Carne Fraca”. Eles temem perder o emprego e contestam que o produto que produzem é de má qualidade.

A operação “Carne Fraca” foi deflagrada na sexta-feira (17) pela Polícia Federal contra a venda ilegal de carne. Os policiais apuram o envolvimento de fiscais do Mapa em um esquema para liberar carne para venda sem passar pela devida fiscalização, mediante o pagamento de propina.

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O diretor da Peccin em Jaraguá do Sul foi preso preventivamente na sexta e transferido de Joinville para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba na quarta (22). O Mapa terminou na quarta a auditoria na unidade, em 20 dias, deverá ser emitido um laudo sobre a qualidade do produto e os processos na empresa.

Passeata
Os trabalhadores da Peccin começaram a caminhada por volta das 8h30. Eles  saíram da frente do frigorífico e seguiram por ruas centrais da cidade. Eles retornaram aos portões da indústria por volta das 10h15. Segundo os organizadores, 150 pessoas participaram da manifestação. A Polícia Militar não informou quantos aderiram ao protesto nesta manhã.

“Nunca vi nenhuma carne podre, como foi divulgado. Foi feita uma auditoria lá dentro e não encontraram nada que desabone a empresa. Estamos defendendo não só o frigorífico, mas nossos empregos. Sem dúvida, estamos lutando por uma causa justa, porque somos nós que estamos lá diarimente”, disse Suzimeire Blosfeld, funcionária da fábrica.

Conforme o Mapa, a unidade, com 80 funcionários, processa aproximadamente 10 mil toneladas de alimentos por mês. O frigorífico  recebe carnes inspecionadas para serem processadas e transformadas em presunto, linguiça e salsicha.

Investigação
Três auditores fiscais do Mapa e um agente de inspeção começaram na segunda-feira (20) a auditoria. A empresa diz que foram divulgadas “inverdades” sobre o seu sistema de produção” e que aguarda a apuração dos fatos.

Há suspeita de desvio no padrão de qualidade na empresa. O trabalho da auditoria consistiu em uma análise minuciosa da documentação e no recolhimento de produtos, desde a matéria-prima até o produto final.

Em nota, a empresa afirma que tem interesse em contribuir com as investigações e que está confiante de que os fatos serão esclarecidos. Segundo a Peccin Agro Industrial, “falsas alegações” culminaram na prisão preventiva do diretor.

Posição da empresa sobre a investigação
A Peccin Agro Industrial afirmou que “os órgãos competentes saberão discernir a efetiva veracidade dos fatos que ora se alegam, ainda, conclama pela paciência e serenidade da sociedade para o esclarecimento dos fatos verdadeiros” e que “tem amplo interesse em contribuir com as investigações, em busca da verdade, estando inteiramente à disposição das autoridades policiais para prestar quaisquer esclarecimentos que se façam necessários”.

A empresa ressaltou ainda que não tem qualquer vínculo com a Peccin S/A, indústria gaúcha de doces e chocolates.

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