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ESPECIAL: O dia em que um avião foi derrubado, em Caçador

Em 1973, um avião carregado de mercadorias contrabandeadas foi derrubado por atiradores do Tiro de Guerra. Cícero Machado, morador e estudante em Caçador na época, ainda lembra com detalhes do fato, que teve grande repercussão. “Na época sabia-se que estavam vindo mercadorias contrabandeadas para Caçador. A polícia sabia até quem receptava e vendia, mas não tinha nenhuma prova. Sabia também que um pequeno avião trazia o contrabando. Por esse motivo, o Tiro de Guerra montou acampamento no aeroporto”, relata Cícero, que hoje mora em Lebon Régis.

Cícero conta que no dia da queda, o avião pousou e quando o piloto viu os soldados, tentou arremeter. “Neste momento os atiradores, armados de fuzis, começaram a atirar contra a aeronave, que pegou fogo. O piloto foi atingido e morreu queimado, dentro da cabine”.

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Ele recorda como soube da notícia. “Quando aconteceu, eu e um amigo estávamos conversando com um policial. Uma viatura chegou para buscá-lo e decidimos ir atrás. Tínhamos muitos amigos que serviam o Tiro de Guerra e por isso pudemos chegar bem próximos do avião”.

As chamas já haviam sido contidas, mas ainda havia um pouco de fumaça. “O piloto estava com a maior parte do corpo queimada. No chão e na parte que não queimou do avião estavam as mercadorias. Coisas que hoje é possível comprar em qualquer lugar, na época eram consideradas contrabando”, enalteceu.

As mercadorias eram variadas. “Não sei se vinham do Paraguai ou da Argentina. Era uísque, variedades de cigarros, calças Lee, vinhos e outros badulaques que ficaram espalhados em virtude da queda. A polícia recolheu tudo”, recordou.

O responsável pela encomenda aguardava a chegada do avião, mas foi surpreendido pela ação. “O receptor, se não estou enganado, levou um tiro no pé. Correu pelo mato, saindo na estrada que ainda não era asfaltada, próxima ao Castelhano. Alguém o levou de carona, mas ele acabou sendo preso alguns dias depois”, finalizou.

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