GOLDEMBERG (1979, p. vii) aponta que o progresso material nas sociedades modernas pode ser equilatado pelo seu consumo de energia.
De acordo com o mesmo pesquisador, “não resta a menor dúvida de que a disseminação do conforto desfrutado por uma parte apreciável da humanidade no século XX é devida ao seu consumo de energia”.
De acordo com o magistério de OLIVEIRA (1998), no período pós-guerra, a indústria de suprimento de eletricidade destacou-se como atividade econômica capaz de engendrar significativos ganhos de produtividade e, conseqüentemente, um maior desenvolvimento sócio-econômico.
Por três décadas, esta indústria evoluiu através de uma trajetória tecnológica virtuosa de custos reais decrescentes e contínua melhoria na qualidade dos seus serviços, o que permitiu a extensão das linhas de distribuição e colocou o suprimento elétrico ao alcance de parcelas crescentes da população, com tarifas reais decrescentes.
Esta dinâmica virtuosa criou a generalizada percepção de ser a indústria de suprimento de eletricidade fonte indutora de progresso econômico e bem-estar social.
Todavia, em meados da década de 70, surgiram os primeiros sinais de que essa trajetória tecnológica havia se exaurido, iniciando-se um processo de deteriorização do desempenho econômico das empresas elétricas, cujo impacto passou a ser ressentido por governantes e consumidores (OLIVEIRA, 1998).
Destarte, juntamente com o progresso material baseado no uso crescente de energia surgiram outros problemas, como as questões do meio ambiente e o uso da mais palpitante fonte de energia, que é o petróleo.
Na década de 80, houve substancial redução no ritmo de crescimento do consumo de energia, mas isso se deveu principalmente à crise econômica.
Igualmente, começou a ficar evidente que se estavam esgotando as oportunidades de economias de escala e de escopo presente na trajetória tecnológica do pós-guerra.