A afetividade é a energética da ação. Não há cognição sem emoção e nem emoção sem cognição. A afetividade é o motor que impulsiona a ação e a inteligência é a estratégia desta ação.
A incapacidade de reorganizar-se é o grande fator de desregulação do fluxo de energia por manter o organismo em estado de desequilíbrio. Esse desequilíbrio manifesta-se, inicialmente, pelos interesses que vão, ao final, transformar-se em valores, vontade e ideais.
Entretanto, não se pode estudar a mente sem estudar o cérebro, já que se acredita cada vez mais que suas características são a chave para a compreensão da natureza da cognição e da consciência.
O reconhecimento da condição metodológica se impõe à medida que, contrariamente às expectativas, o avanço do mapeamento cerebral mostra que apenas algumas funções psicológicas simples podem ser localizadas, o mesmo não ocorrendo com funções mais complexas como a memória, a atenção e a consciência.
Tentativas de mapeamento de funções psicológicas mais complexas remetem as pessoas cada vez mais a uma concepção do cérebro como um sistema integrado, no qual não seria possível traçar relações ponto a ponto entre eventos mentais e eventos cerebrais.
Nas tentativas de compreender o funcionamento cerebral e de relacioná-lo com a produção da vida mental são ainda incipientes e, apesar dos avanços recentes, a ciência cognitiva e a neurociência ainda estão na sua infância.
Por outro lado, é inegável que a década do cérebro abriu novas perspectivas para solução desse quebra-cabeça, bem como, nos últimos anos, a Neurociência presta relevante contributo para a Ciência da Cognição, nova área epistêmica, dotada de estatuto epistemológico próprio, a fazer jus a reconhecimento acadêmico.
REFERÊNCIAS
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