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Covid-19: os quatro novos sintomas característicos da doença

Um estudo com mais de 1 milhão de pessoas na Inglaterra encontrou novos sintomas característicos da Covid-19, incluindo calafrios, perda de apetite, dor de cabeça e dores musculares. Segundo pesquisadores da Imperial College London, se estes sintomas forem incluídos na lista de sinais indicativos da doença para a realização de teste de diagnóstico, poderia haver um aumento de 25% no número de detecção de casos sintomáticos.

Para chegar a essa conclusão, uma equipe da Imperial College London analisou mais de 1 milhão de resultados de teste PCR e questionários respondidos entre junho de 2020 e janeiro de 2021 por essas por essas pessoas como parte do estudo REACT, que monitora infecções por coronavírus no Reino Unido.

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Os resultados mostraram que além dos sintomas clássicos da doença, como febre, falta de ar, tosse seca, fadiga e perda do olfato e paladar, outros sinais como calafrio, perda de apetite, dores de cabeça e musculares também foram forte indicativos da doença.

“Ter qualquer um desses outros sintomas ou os clássicos, isoladamente ou em combinação, estava associado à infecção pelo coronavírus e quanto mais sintomas as pessoas apresentassem, maior a probabilidade de o teste ser positivo”, escrevem os pesquisadores em comunicado.

O estudo revelou também que a prevalência desses novos sintomas varia de acordo com a idade. Os calafrios foram encontrados em pessoas de várias idades, enquanto dores de cabeça eram mais comuns em em crianças e adolescentes de 5 a 17 anos. A perda de apetite foi mais comumente relatada em pessoas acima dos 18 e as dores musculares, naqueles de 18 a 54 anos. O grupo dos mais jovens, em comparação com os adultos, também tinha menos probabilidade de apresentar febre, tosse e perda de apetite.

Diante disso, a equipe ressalta para a importância de alterar as recomendações para a realização de testes de diagnóstico de infecção pelo novo coronavírus. Atualmente, o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS, na sigla em inglês), recomenda a realização do PCR mediante a apresentação de pelo um destes quatro sintomas: febre, tosse persistente, perda do olfato e/ou paladar. No entanto, segundo os pesquisadores, esses critérios poderia diagnosticar apenas metade de todas as infecções sintomáticas, se todas as pessoas com sintomas fossem testadas. A inclusão dos novos sintomas aumenta esse número para 75%.

“Essas novas descobertas sugerem que muitas pessoas com Covid-19 não farão o teste – e, portanto, não se auto-isolarão – porque seus sintomas não correspondem aos usado nas orientações atuais de saúde pública para ajudar a identificar pessoas infectadas.”, disse o professor Paul Elliott, diretor do programa REACT da Imperial College London.

Novas variantes

O estudo também avaliou se a nova variante do coronavírus identificada no Reino Unido, chamada B.1.1.7, estava associada a um perfil diferente de sintomas. Os pesquisadores compararam as respostas dos questionários e os resultados de testes PCR realizados entre novembro e dezembro, quando a nova variante representava cerca de 16% das infecções, com teste, com testes coletados em janeiro, quando a variante era responsável por cerca de 86% das novas infecções.

Os resultados mostraram que os sintomas relatados por pessoas infectadas com a cepa original ou a nova são muito similares. No entanto, em janeiro, a perda ou alteração do olfato se tornou um indício menor de Covid-19. No mesmo período, houve um aumento no número de testes positivo em pessoas que apresentavam tosse persistente.

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