O paradigma da complexidade está relacionado à idéia de diálogo, isto é, o conhecimento e o progresso da ciência só são possíveis através do constante diálogo com o universo real. Diálogo este, efetuado através de um pensamento organizado que não concebe os conceitos, teorias e doutrinas como concluídos.
O diálogo do pensamento complexo entre as mentes e suas produções representa a civilização das mentes, indispensável para obter uma melhora nas relações humanas.
O paradigma da complexidade insurge contra a idéias de que aquilo que é complexo pode ser solucionado através da relação de continuidade e da combinação entre alguns princípios simples, os quais possibilitam a compreensão ao mesmo tempo da unidade e da diversidade concernentes a realidade humana. A complexidade não pode ser simplificada.
A complexidade envolve uma implicação mútua que tem por base uma conjunção entre noções como sistemas, organização, existência e ser, as quais nas teorias paradigmáticas clássicas, como positivismo, fenomenologia, estruturalismo e materialismo histórico-dialético.
O paradigma da complexidade não pretende dissolver ou separar a existência, o ser e a vida, bem como dissolvê-los na abstração sistêmica, ocultando a riqueza do real e provocando sua manipulação sem controle. Pelo contrário, o ser, a existência e a vida emergem sobre o desenvolvimento do conceito complexo com base no jogo de suas interações empenhadas com o todo.
Em suma, é um paradigma que propõe uma organização complexa do pensamento e da ação, através de uma nova racionalidade que permite conceber a organização e a existência. A organização não constitui uma instituição, mas uma atividade regeneradora e geradora permanente em todos os níveis, que se utiliza da elaboração de estratégias, da computação, da comunicação e do diálogo.
REFERÊNCIAS
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