A comarca de Caçador registrou recentemente sua primeira adoção por casal do mesmo sexo. Para a região do meio-oeste catarinense, um marco significativo na concepção de famílias formadas por dois pais ou duas mães. Neste caso, dois homens tiveram a oportunidade de receber em seu lar um menininho. O filho chegou com 16 dias de vida.
Juntos há cerca de 15 anos e com uma união oficializada há seis, os dois procuraram a Justiça com a vontade de adotar em 2017. Nesse tempo, apresentaram documentação, fizeram entrevista e curso de preparação, como toda pessoa que deseja adotar. E esse não foi o primeiro contato com a adoção. Um deles tem uma parente próxima que passou pelo processo e adotou uma criança.
A espera pela chegada do filho foi cheia de ansiedade. “Sabíamos que poderia demorar. Brincávamos que a nossa gestação estava mais demorada que a dos elefantes, que dura 22 meses”, conta um dos pais, rindo, ao lembrar como o coração acelerava todas as vezes que o telefone tocava e era do fórum.
O quarto do pequeno estava montado fazia dois anos. Como não sabiam ao certo o tamanho do bebê que chegaria, algumas roupinhas, especialmente as menores, tiveram que ser compradas às pressas, mas muita coisa veio como presente dos amigos e familiares.
Eles não sofreram nenhum tipo de preconceito por ser um casal homoafetivo adotante de uma criança, porém sabem que isso pode ocorrer a qualquer momento. “A sociedade já evoluiu, as pessoas estão mais conscientes de que uma família pode ter uma formação diferente da maneira tradicional, mas somos conscientes de que haverá pessoas que emitirão opiniões preconceituosas. Tenho certeza de que seremos fortes e nada vai nos derrubar”, concluiu o adotante.