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Com fechamento de 29 lojas, Schumann foca em reestruturar grupo

A rede de lojas Schumann, importante varejo do Sul do Brasil, anunciou nesta segunda-feira (12) o início de um processo de reestruturação da empresa. Com sede em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, o grupo informou ao mercado e aos parceiros algumas mudanças, entre elas, o fechamento de 29 lojas até o fim de junho.

O texto assinado pelo presidente do Grupo Schumann, André Schumann, diz que “essa indesejável decisão foi tomada em face do cenário econômico em que se encontra o país, resultante da perda do poder de compra dos consumidores, do crédito mais caro e do endividamento das famílias”.

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Schumann afirma no comunicado que “a associação desses fatores impactou negativamente o consumo de bens duráveis e ampliou de maneira preocupante a inadimplência geral, não só no varejo, mas em todas as áreas da economia”.

As cidades impactas pelo plano de reestruturação em sua maioria estão localizadas na região do Litoral, Vale do Itajaí, em Santa Catarina, e alguns pontos no Rio Grande do Sul. Segundo o Grupo Schumann, os clientes destas localidades continuarão sendo atendidos pelo sistema de e-commerce, que iniciou há 10 anos e atua com uma linha completa de móveis, eletros e tecnologia.

Não foi informado o número de trabalhadores impactados com a decisão. Schumann agradeceu a dedicação dos colaboradores e citou que busca realocá-los para as 55 filiais que continuarão operando. “Foram essenciais para a expansão da empresa nesses 26 anos de crescimento”.

“A Schumann segue acreditando no empreendedorismo, comprometida com a geração de empregos e com o crescimento de forma sustentável, convicta de que em breve haverá superação do presente quadro de dificuldades macroeconômicas”.

Fontes ligadas ao grupo informaram à reportagem que a empresa deve fortalecer o sistema de e-commerce e espera uma melhora futura no cenário macroeconômico.

Grupo Schumann

A rede de lojas Schumann foi fundada no município de Seara, no Oeste de Santa Catarina, em 1997, e chegou a 80 lojas em 2020, espalhadas pelo território catarinense. Anos depois, a Schumann iniciou o e-commerce com atuação nacional.

Em maio de 2019 comprou a rede de varejo Multisom, especializada na venda de aparelhos de som e eletrônicos. As duas redes chegaram a somar 153 lojas com presença em mais de 100 cidades do Sul do Brasil. Além disso, geraram cerca de 1,6 mil empregos diretos.

Outro segmento que contou com o investimento do Grupo Schumann foi a de energia solar. A empresa abriu a Nexen Energias Renováveis com foco na instalação de pequenas usinas solares. A LogTransportes e a Greenforeste de processamento de madeiras também integram o Grupo Schumann.

Situação semelhante em outras redes do Brasil

Assim como a Schumann, outras grandes empresas varejistas e de departamento do país passam pela mesma situação. Desde o início da pandemia, muitas delas estão se esforçando para vender com margem baixa.

De janeiro para cá, varejistas tradicionais no mercado brasileiro já baixaram as portas de mais de 110 pontos comerciais e anunciaram que vão encerrar as operações de outros cem nos próximos meses. O alto número de lojas fechadas coincide com o endividamento dessas empresas e com o aumento dos pedidos de falência e de recuperação judicial.

Segundo levantamento da Serasa Experian, só nos primeiros três meses de 2023 o número de pedidos de falência subiu 44% em relação ao do mesmo período do ano passado. No caso das recuperações judiciais, na mesma comparação, a alta foi de 37,6%.

Apesar das dificuldades financeiras, as empresas explicam que o fechamento das lojas faz parte de uma estratégia comum do varejo, que precisa reavaliar constantemente o desempenho dos pontos de venda. (As informações são do Portal R7).

Em Santa Catarina, um levantamento sobre a inadimplência da Fecomércio/SC, divulgado pelo Serasa, mostra que o Estado finalizou o primeiro trimestre do ano com 2,12 milhões de inadimplentes. O número representa 36,7% da população adulta catarinense.

Com informações ND Mais

 

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