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Casos de dengue no Brasil sobem 95% e SC está entre os Estados com mais mortes

Desde o começo do ano, foram registrados quase 400 mil casos prováveis de dengue no Brasil. O número representa um aumento de 95% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde na segunda-feira (18).

Até o momento, são 184 casos para cada 100 mil habitantes neste ano. Foram confirmados 112 óbitos por dengue no país, das 280 pessoas que desenvolveram agravamento da doença.

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Santa Catarina, com ao menos 12 registros, está entre os Estados com o maior número de mortes por dengue ao lado de São Paulo (38), Goiás (17), Bahia (10) e Minas Gerais (6). Além disso, mais de 170 mortes ainda são investigadas no Brasil e podem estar associadas à dengue.

Muito acima da média nacional, a região Centro-Oeste apresenta taxa superior a 700 casos de dengue por 100 mil habitantes. As regiões Sul e Norte vêm em seguida, com 272,1 casos por 100 mil habitantes e 138,8 casos por 100 mil habitantes, respectivamente.

Razões do aumento

A segunda vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Rosylane Rocha, descreveu à Agência Brasil, dois fatores que podem explicar esse aumento considerável.

O primeiro é que a dengue é uma doença sazonal, com maior incidência em períodos de chuva e calor. E, como este ano muitas regiões tiveram chuvas acima do esperado, favoreceu o acúmulo de água, situação propícia para o surgimento de focos do mosquito transmissor.

Outro motivo, segundo Rosylane Rocha, é que o medo da Covid-19 fez muita gente procurar atendimento médico, aumentando os registros oficiais de casos de dengue, já que, no início as duas doenças têm sintomas parecidos.

Dados da dengue em SC

Informativo divulgado pela Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina) no dia 13 de abril apontava para 14.497 casos confirmados, além de 11 óbitos confirmados pela doença e outros 13 em investigação pelas secretarias municipais de saúde.

Nesta semana, a Secretaria de Saúde de Joinville, no Norte do Estado, confirmou o primeiro óbito em decorrência de dengue este ano. A vítima, foi um homem, de 65 anos, que morava no bairro Comasa, na zona Leste da cidade.

Os casos confirmados subiram 53% em relação ao boletim anterior, quando havia 9.422 casos confirmados. As cidades que registraram óbito, segundo a Dive/SC, foram Brusque (1), Chapecó (3), Caibi (1), Xanxerê (1), Criciúma (1), Itá (1), Palmitos (2) e Romelândia (1).

As mortes em investigação são nas cidades de Ascurra, Abelardo Luz, Blumenau, Brusque, Chapecó, Guaraciaba, Itá, Joinville, Maravilha, Palmitos e Seara.

A reportagem tentou contato com a SES (Secretaria de Estado da Saúde) e com a Dive/SC para comentar sobre a situação, mas não obteve retorno até a publicação.

8% dos municípios em epidemia

Ao todo, 26 municípios foram considerados em epidemia devido à dengue, segundo o boletim da Dive/SC. O número representa o total de 8,81% dos municípios catarinenses.

São eles: Belmonte, Itá, Iporã do Oeste, Maravilha, Romelândia, Guaraciaba, Seara, Mondaí, Coronel Freitas, Palmitos, Abelardo Luz, São José do Cedro, Caibi, Caxambu do Sul, Flor do Sertão, Concórdia, Xanxerê, Tunápolis, Santa Helena, Ascurra, São Miguel do Oeste, Brusque, Águas Frias, Peritiba, Cunha Porã e Cordilheira Alta.

Com 443 focos da dengue registrados em Chapecó, na região Oeste , a Vigilância em Saúde Ambiental promove nesta quarta-feira (20) uma ação de enfrentamento ao mosquito Aedes Aegypti.

Nos últimos dias, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Florianópolis recebeu 50 denúncias de focos de mosquito da dengue apenas no bairro Itacorubi.

Por essa razão, uma força-tarefa da Operação Fim da Picada, integrada por 22 fiscais da Vigilância Sanitária e agentes do CCZ, foram até os locais denunciados para verificar as ocorrências na manhã desta quarta-feira (20).

Cidade vizinha da Capital catarinense, São José decretou na última quinta-feira (14), situação de emergência no combate à dengue.

Dengue na pauta do MPSC

O avanço da dengue no Estado está na pauta do MPSC (Ministério Público de Santa Catarina). De acordo com o órgão, as Promotorias de Justiça estão agindo em diversas comarcas, de forma judicial e extrajudicial, para cobrar da comunidade e do poder público medidas para evitar a proliferação do mosquito.

A Instituição também mantém ativa uma campanha contínua de conscientização da população, a fim de engajá-la no combate ao Aedes aegypti, mosquito que transmite os vírus da dengue, da chicungunya e da zika.

Atenção aos sinais

A primeira manifestação da dengue é a febre alta entre 39° a 40° C, com duração de 2 a 7 dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos.

Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.

Com a diminuição da febre, entre o 3º e o 7º dia do início da doença, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente, com melhora do estado geral e retorno do apetite.

Com informações ND Mais 

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