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Bolsonaro insinua que pode não se candidatar em 2022 caso não tenha voto impresso

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pôs em dúvida sua participação nas eleições de 2022 durante conversa com apoiadores nesta segunda-feira (19).

“Se eu disputar, eu entrego a faixa para qualquer um. Mas uma eleição limpa”, disse. Bolsonaro voltou a fazer críticas ao presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso.

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“Pessoal diz que eu estou ofendendo o ministro Barroso. Não estou ofendendo, estou mostrando a realidade. Eu não posso interferir no trabalho do legislativo, posso conversar com parlamentares, mas não posso interferir, que é uma coisa mais grave um pouquinho. O Barroso vai para dentro do Parlamento fazer reuniões”, acusou.

O Presidente afirmou, ainda, que “as mesmas pessoas que tornaram o Lula elegível vão contar os votos, dentro do TSE, de forma secreta”.

Bolsonaro alegou que, em reuniões dentro do Congresso, o ministro Barroso teria convencido líderes partidários a trocar os líderes de comissão para votar contra o voto impresso.

Ele repetiu que “eleição não auditável não é eleição, é fraude”, e assim deixou no ar a possibilidade de não concorrer em 2022, ao falar que entregaria a faixa “para qualquer um”, mas em uma eleição “limpa”.

Jair Bolsonaro já havia afirmado, meses atrás, que sem o voto impresso, “não teria eleição”, ao falar sobre o tema.

Para o TSE, adoção de voto impresso é “retorno das fraudes”

Diante das constantes polêmicas em torno do tema, desde que a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) nº 135/2019, que pede o retorno do voto impresso para as eleições de 2022, tramita no Congresso, o ministro Barroso se manifestou sobre o assunto.

Em uma entrevista coletiva concedida no final de junho deste ano, o presidente do TSE afirmou que este sistema abre portas para fraudes.

“O voto impresso vai potencializar o discurso de fraude. E vão pedir, como já se pediu aqui, a contagem pública de 150 milhões de votos. E contagem pública só pode ser manual. Então, nós vamos entrar num túnel do tempo e voltar à época das fraudes, em que as pessoas comiam votos, as urnas desapareciam, apareciam votos novos. Nós vamos produzir um resultado muito ruim”, disse.

Na ocasião, Barroso garantiu que, caso aprovada a PEC, o Tribunal tomará todas as medidas para sua implantação. No entanto, advertiu que o voto eletrônico no formato adotado no país já é inteiramente auditável.

Além disso, afirmou que ainda espera a apresentação de provas sobre as fraudes alegadas pelo presidente Bolsonaro na eleição de 2018.

“Eu sou juiz, e o Tribunal Superior Eleitoral é um tribunal. Nós lidamos com fatos e com provas. Qualquer cidadão que tenha alguma prova de que houve fraude no processo eleitoral tem o dever cívico de encaminhar ao TSE, e nós vamos apurá-la. Fora isso, é retórica política, palavras ao vento”.

Com informações ND Mais 

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