O presidente Jair Bolsonaro decidiu sair do PSL após semanas de embate dentro do partido. Em meio à polarização do cenário político com a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele marcou uma reunião para a tarde desta terça-feira, dia 12, com um grupo de deputados bolsonaristas do PSL para informar a decisão e traçar estratégias.
No encontro, que será realizado no Palácio do Planalto, Bolsonaro deve comunicar que pretende criar um novo partido, a Aliança Pelo Brasil. A ideia do presidente é ficar sem legenda até que a sigla saia do papel.
A avaliação no grupo bolsonarista é a de que, com a soltura de Lula, chegou a hora de Bolsonaro se distanciar do PSL para evitar que a legenda vire munição da oposição contra ele — por exemplo, devido à suspeita de candidaturas de laranjas.
Embora siga enquadrado na Lei da Ficha Limpa, impedido de disputar eleições, Lula é tido pelo grupo do atual presidente como principal adversário potencial nas eleições de 2022, caso consiga reverter sua situação na Justiça. O petista, ao sair da prisão, direcionou ataques a Bolsonaro.
A equipe jurídica que auxilia Bolsonaro na criação do novo partido pretende lançar um aplicativo para que a coleta de assinaturas ocorra de forma mais célere. O ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Admar Gonzaga e advogada Karina Kufa estão à frente da empreitada.
De acordo com a Justiça Eleitoral, são necessárias 500 mil assinaturas, coletadas em ao menos nove estados, para que a criação de um novo partido comece a ser analisada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A lista de apoio deve ser apresentada no momento em que é protocolado o pedido de registro na corte.
Desde meados de outubro, o PSL, atual partido de Bolsonaro, está dividido entre seus mais fiéis aliados e uma ala dissidente, que apoia Luciano Caldas Bivar, presidente nacional da sigla, que tem a segunda maior bancada da Câmara, com 53 deputados.
Atualmente, ao menos 20 congressistas estariam dispostos a seguir Bolsonaro. Encabeçam a lista os filhos do presidente, o deputado Eduardo e o senador Flávio (RJ).
Nesta segunda-feira, dia 11, o deputado federal José Medeiros (MT) sugeriu nas redes sociais que Bolsonaro se filie ao Podemos. O PEN, hoje com o nome de Patriota, também tem interesse na filiação do presidente.
Caso a criação de uma nova legenda não tenha êxito, uma parte dos aliados de Bolsonaro defende a filiação dele à UDN (União Democrática Nacional), partido em fase final de criação na Justiça Eleitoral.
Com informações Folha de São Paulo