Faz-se mister, no âmbito da educação nacional, preocupação com a aprendizagem da leitura desses códigos, diferentemente do que acontece em relação à língua natural, cujo aprendizado é efetuado por meio da prática de um processo educacional sistematizado de alfabetização.
O acesso à significação da imagem compreende a apreensão de conhecimentos de uma área específica e, como tal, deve haver um processo de aprendizagem como ocorre com as demais áreas do saber.
Do mesmo modo que não existe um incentivo à compreensão da arte na educação formal, também na educação informal, que diz respeito às situações cotidianas, ao ambiente familiar e as demais relações interpessoais, não há o costume da circulação de conhecimentos acerca da arte e estética.
Isto se deve ao fato de que não existe um repertório suficiente de conhecimentos para se fazer uma discussão acerca da leitura da arte, argumenta Oliveira (2004).
São ainda muito escassas as produções voltadas especificamente para a leitura de imagens estéticas e da arte em geral.
Conquanto se promover a utilização de imagens de vídeo nas escolas, sempre com base na idéia de modernização do ensino, nem os educadores nem alunos são preparados para a realização de uma leitura crítica dessas imagens em movimento.
Sem este preparo, defende Oliveira (2004), é hipocrisia falar-se em educador criador ou em educação com autonomia.
Em face das inúmeras dificuldades, grande parte das produções de arte e das imagens estéticas desenvolvidas pelo homem, acabam parecendo como que sem sentido para a maior parte da população, enquanto que outra parte delas recebe uma leitura superficial, alheia ao conteúdo central da arte, e inclusive, alheia ao poder persuasivo que as manifestações desses códigos podem conter.
Como produtos culturais que, apesar de possuir autores individuais, representam a expressão de influências, como sentimentos, pensamentos, críticas e anseios de uma sociedade, a arte necessita ser acessível a todos. Para Oliveira (2004), a arte deve estar disponível para que uma determinada sociedade interaja e possa ser compreendida pelas demais.
Cumpre ressaltar que o objetivo de promover uma educação voltada para a arte não pode ser perder em meio à ameaça da semi-educação, que conduz à banalização da cultura. A educação para a arte deve permitir que o sujeito não seja apenas um receptor, mas um interlocutor que também produza significados, um leitor que, de certo modo, recrie a arte ou a leitura da arte.
Destarte, a escola é uma instituição pública que pode tornar o acesso à arte possível para a grande maioria dos estudantes da nação, propiciando a oportunidade de tomar conhecimento do funcionamento dos códigos da arte. Mas esta educação voltada para a arte só é possível quando professores tiverem uma formação adequada, voltada para a compreensão estética e o entendimento da arte.