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A importância da cultura para o desenvolvimento socioeconômico I

No senso comum, a palavra cultura é usada como sinônimo de conhecimento e erudição.

No século XIX, os europeus acreditavam que as crenças, valores e sentimentos de algumas sociedades eram superiores às crenças, valores e sentimentos de outras sociedades denominadas por eles de primitivas.

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De fato, as sociedades não são todas iguais, mas nem por isto uma é melhor do que outra. Elas são apenas diferentes.

É a cultura, através da linguagem, da religião, da política, do parentesco, da culinária, etc, que permite através de uma diversidade de traços culturais afirmar, em exemplo, que a Inglaterra é diferente do Brasil.

A disparidade de cultura entre os homens cria uma divisão entre os povos.

“São complexas as realidades dos agrupamentos humanos e as características que os unem e diferenciam, e a cultura as expressa” (SANTOS, 1985).

Destarte, entende-se a cultura como um código de crenças, costumes e valores compartilhado sempre coletivamente e que faz com que cada sociedade se diferencie de sua sociedade vizinha.

A cultura constitui um importante recurso econômico que deve ser potencializado em favor do desenvolvimento sócio-econômico.

Entre os principais indicadores de desenvolvimento sócio-econômico estão o Produto Interno Bruto (PIB), as exportações e importações, emprego, taxas de consumo, esperança de vida, variação da população, entre vários outros.

No ano de 1997, a produção cultural brasileira movimentou cerca de 6,5 bilhões de reais, o que corresponde a aproximadamente 1% do PIB brasileiro, nos termos dos cálculos feitos para 1994.

 

Ademais, outro resultado interessante da pesquisa Diagnóstico dos Investimentos na cultura no Brasil é que para cada milhão de reais dispendido em cultura, o país gera 160 postos de trabalho diretos e indiretos.

 Isso revela uma dimensão que, habitualmente, não aparece nas avaliações sobre a cultura: o seu impacto social e econômico mostrando claramente a potencialidade da área para a geração de renda e de emprego, ou melhor, a face social da cultura (MOISÉS, 1998).

De fato, levando-se em consideração, por exemplo, apenas os gastos com o patrimônio histórico-cultural, de 1995 a 1999, que somam cerca de R$ 400 milhões no final do período, o que corresponde a R$ 80 milhões por ano (entre gastos diretos do Estado e os investimentos privados através da lei de incentivo fiscal), terão sido gerados, no País, 12.800 novos postos de trabalho a cada ano.

 Isso mostra a enorme importância da cultura para o ingresso em uma nova fase do desenvolvimento sócio-econômico no Brasil, tanto para a geração de renda, como de emprego.

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