Embora muitos autores se excedam em tentativas de melhor conceituar a globalização, deve-se empregar a utilizada por McGrew (apud ADOLFO, 2001), para quem globalização refere-se a processos atuantes em escala global, que ultrapassam fronteiras nacionais, integrando e conectando comunidades e organizações em novas combinações de espaço-tempo, tornando o mundo mais interconectado.
Destarte, implica um movimento de distanciamento da idéia sociológica clássica da sociedade como sistema bem delimitado e sua substituição por uma perspectiva que se concentra na forma como a vida social está ordenada ao longo do tempo e do espaço.
Isso quer dizer que a globalização, nos termos do magistério de Barbosa (2001), não está somente nas notícias difundidas internacionalmente.
Acontece que repercute na própria dinâmica das economias e sociedades cada vez mais influenciadas pela produção das multinacionais, pela entrada de capitais na Bolsa, pelo uso de novas tecnologias e bens de consumo importados, pela presença crescente dos temas de política internacional na agenda nacional dos respectivos governos e pela adesão externa aos projetos dos movimentos sociais nacionais.
Em relação ao comércio internacional, a título de exemplo, perante a exigência de abertura de seus mercados, as empresas brasileiras têm se confrontado com o acirramento da concorrência, paralelamente em que enfrentam importantes barreiras protecionistas nos mercados importadores.
As promessas de exportações crescentes mostram-se inexeqüíveis, quer pela falta de coordenação e pela burocracia na administração pública interna, quer pelas barreiras externas, quer pelo grau de competitividade exigido no âmbito do comércio internacional.
Para Barral (2000), a história moderna do sistema multilateral do comércio tem sua origem no encontro de Bretton Woods, no final da II Guerra Mundial, quando os países vencedores buscaram organizar órgãos reguladores da economia internacional.