Júnior Cigano está cansado de perder tempo no UFC. Essas foram as próprias palavras do ex-campeão dos pesos-pesados da organização, que viu Stefan Struve se lesionar faltando pouco mais de um mês para seu combate e acabou ficando sem adversário para a edição que será realizada em Halifax, no Canadá. O caçadorense ainda revelou que a luta foi oferecida novamente para Fabrício Werdum, mas que o compatriota, pela segunda vez em um mês, recusou o desafio.
“Por enquanto, até onde eu sei, continuo neste card. O UFC está procurando um adversário e estou torcendo para que eles possam encontrar alguém que seja relevante para a gente. É a segunda vez em um mês que Werdum nega. Assim que o Struve anunciou sua lesão, ligaram para ele e ele recusou de novo. É uma situação que me deixa triste, é uma perda de tempo e não tenho mais tempo para perder. Estou bastante chateado e frustrado com toda essa situação”, desabafou Cigano, ao UOL Esporte.
Há menos de um mês, Werdum estava com uma luta marcada para enfrentar Cain Velasquez. No entanto, faltando poucos dias para a revanche, o norte-americano se lesionou e deixou o brasileiro sem adversário no último card do ano, considerado um dos mais importantes para a organização. Cigano se colocou à disposição, e o UFC tentou fazer a luta sair do papel, mas Werdum acabou pedindo mais que o combinado, rejeitando o confronto (palavras do próprio Dana White), o que inviabilizou o negócio.
“O UFC nem precisou me perguntar se eu queria (enfrentar Werdum), já me ligaram dizendo que já tinham falado com ele e ele já havia negado novamente. Em um mês, negou duas vezes. Tem sido meio frustrante isso”, completou.
Na véspera de Natal, após a polêmica do último card do ano, Werdum ainda fez questão de jogar mais lenha na rivalidade com Cigano. Perguntado pelo site Combate sobre os frequentes pedidos de luta do rival, o ex-campeão disse que era perseguido e que o brasileiro, na verdade, não havia saído do armário, provocando com um tom de brincadeira. Cigano lamentou a postura do compatriota.
“Eu ri, né? Ele parece aquelas crianças de oito anos brigando na escola e chamando o amiguinho de ‘veado’. Achei extremante desnecessário. Tenho muitos amigos que são gays e ficaram ofendidos com essa situação. Isso para mim não foi ofensa, não sou e não preciso provar nada para ninguém. Mas tenho muitos amigos, sim. Aliás, a campeão do mundo do UFC, que treina comigo, também é assumidamente gay (Amanda Nunes). Acho que ele foi extremamente ofensivo”, criticou Cigano.
Cigano ainda tentou entender o motivo das recusas de Werdum. “Ele sabe que não dá para ele. Os resultado que ele conseguiu construir envolveram muita sorte. Comigo não tem trabalho fácil. Se quer trabalho fácil, não escolha lutar comigo. E é isso que ele está fazendo. Ele fica tentando me agredir, é lamentável sua postura. Se (a luta) acontecesse, todos sabem o que iria acontecer, até ele mesmo sabe. Ele não representa perigo nenhum para mim. Ele é limitado, e eu sou bom o suficiente para ser o número 1 da categoria”, disse.
Quando perguntado sobre o jiu-jitsu de Werdum, um dos melhores da organização, Cigano admitiu qualidade, mas negou medo. “O dele até pode ser o melhor entre os pesados, muito afiado. Mas, para você usar, você precisa derrubar. E ele não consegue derrubar ninguém. É uma qualidade excelente, mas fica fora do jogo dele”, completou.
Cigano ainda lembrou do caso envolvendo Werdum e o treinador de Ronda Rousey e Travis Browne, Edmond Tarverdyan, quando o brasileiro o chutou ainda no octógono. “O que ele fez com o treinador da Ronda, chutando… É inaceitável. Foi uma agressão, e ele ficou impune. Aquilo que aconteceu foi uma clara agressão física, não consigo entender como ele ficou impune. Ele só representa um tempo perdido agora”, acrescentou.