Viúva Negra. Esse foi o apelido que Marli Aparecida Teles de Souza ganhou da polícia, após ser presa na manhã desta terça-feira, 25, suspeita de matar 4 maridos e namorados. O caso lembra as tramas maldosas de novelas já que uma das vítimas foi envenenada.
Com ela, agia o filho, Ulisses Antonio Souza Oliveira. O crime mais recente de que Marli é suspeita é de ter matado Rui de Oliveira, pai de Ulisses. As investigações iniciaram há 4 meses a partir da morte de Rui, em um suposto acidente de trânsito.
O delegado Fabiano Locatelli destacou que, antes disso, Marli chegou a ser investigada pela morte de um namorado, em 2012, quando ela ficou com R$ 195 mil do seguro de vida.
“O namorado dela morreu de forma bastante estranha, na casa dela”, disse Locatelli.
Com as provas do caso de Rui, a Polícia Civil conseguiu um mandado de prisão preventiva e de busca e apreensão. “Toda esta trama, da mãe e filho foi descoberta. Elucidamos o caso com uma riqueza de detalhes. A vítima, o Rui, havia recentemente feito dois seguros de vida, onde a soma chegava a R$ 1,260 milhões, sendo o único beneficiário o filho (Ulisses), que ele reconheceu através de uma ação em 2003 e não possuía vínculos. Isso nos chamou a atenção porque não haveria motivo para que ele constasse esse único filho como beneficiário de um seguro de vida com um capital tão alto, tendo deixado os demais de lado. Aprofundamos a investigação e de imediato já ligamos este rapaz ao nome da mãe dele”, completou o delegado.
Marli e Ulisses retiraram o corpo no final da noite e forjaram o acidente de trânsito na SC 350. “As testemunhas confirmaram que o Rui esteve no dia anterior na casa da Marli, jantou na casa dela e acabou falecendo lá mesmo, entre às 19h e 21h”, afirmou Locatelli.
Em um primeiro momento, não foi encontrado nada de estranho no corpo de Rui, mas depois de uma denúncia anônima, a perícia encontrou uma substância que não era utilizada pela vítima e que provavelmente foi dissolvida em uma bebida ou alimento. “Requisitamos um segundo exame do material biológico e comprovou a existência de Clorfenamina e Levopromazina e que conseguimos demonstrar nos autos que ele nunca fez uso. Laudos periciais indicaram que tais substâncias em quantidade excessiva são capazes de causar a morte. As duas, conjuntamente, acentuam ainda mais esta situação e no caso do Rui, que já tinha problemas de saúde, então acentuam ainda mais e foi fundamental para a sua morte”, ressaltou o Locatelli.
No caso da vítima morta em 2012, o inquérito policial ainda está em andamento. “Este material biológico havia sido descartado quando a situação veio à tona e não foi possível comprovar ainda quais substâncias aquela vítima havia ingerido, mas a morte foi de forma bastante semelhante”, revelou o delegado.
Outros dois companheiros de Marli também morreram de forma semelhante. Um deles, era policial militar em Santa Cecília, onde a mulher morou por vários anos. “Foram quatro pessoas que ela se relacionou nos últimos 14 anos e as quatro morreram”, salientou Locatelli.
Recentemente, um quinto namorado, bem mais jovem, conseguiu escapar da morte porque desconfiou da situação. “Ele rompeu o relacionamento, já depôs nos autos e é uma testemunha nossa. Ficou bem nítido no inquérito policial que eles agiam de forma bastante premeditada, um crime planejado”, destacou o delegado.
Marli, de acordo com o delegado, é uma pessoa bastante fria e calculista. “Novamente hoje confirmamos que ela é uma pessoa muito esperta, planejou muito bem o crime, mas não tão bem que a Polícia não conseguisse elucidar esses fatos. Ela foi interrogada na presença dos advogados e permaneceu em silêncio”, acrescentou Locatelli.
Marli e Ulisses vão responder por diversos crimes. “Homicídio duplamente qualificado, fraude processual, corrupção de menores e tentativa de estelionato contra o sistema financeiro”, finalizou o delegado.
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