A Arena Condá recebeu nesta quarta-feira uma homenagem às vítimas do desastre aéreo com o voo da Chapecoense na Colômbia, na madrugada de terça-feira. Ao todo, entre funcionários do clube, convidados, jornalistas e tripulantes do voo, 71 pessoas morreram.
As arquibancadas do estádio de Chapecó se encheram de torcedores para o tributo. Presente, a torcida aplaudiu, orou e até agitou um bandeirão antes mesmo do início oficial da programação.
Originalmente, o gramado da Arena Condá receberia uma celebração ecumênica a partir das 20h, contando com a presença de dois pastores e um padre. No entanto, o início foi adiado para às 21h15, pouco antes do horário em que começaria o jogo Atlético Nacional x Chapecoense pelas finais da Copa Sul-Americana 2016.
Indiozinho presente
O público comemorou de Carlos Miguel Garcia, 5 anos. Conhecida mascote do clube catarinense, o Indiozinho se intimidou no início, mas passou pelo gramado e acabou sendo saudado pelos presentes.
Jogadores presentes
O lateral direito Fabiano, ex-jogador da Chapecoense, compareceu ao evento. Foi ele o responsável pelo gol do Palmeiras, seu atual clube, na vitória por 1 a 0 sobre a Chape no domingo, resultado que garantiu ao time paulista o título do Campeonato Brasileiro.
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“É muito triste. Eu tinha tantos amigos aqui. Dois, três dias atrás, eu estava feliz… E agora assim, Eu passei tantos anos aqui e, depois de uma conquista enorme, eu sinto uma dor grande. Tenho certeza que todas as homenagens para a família e para o clube vão fazer todo mundo dar a volta por cima”, disse Fabiano.
O zagueiro Demerson, que foi cortado da delegação que viajou a São Paulo e à Colômbia, esteve no gramado ao lado de companheiros que não viajaram. Em breve pronunciamento, parabenizou a organização.
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“Não teve uma pessoa aqui que não chorou, que as lágrimas não escorressem pelo rosto. Agora esperamos a volta dos corpos dos nossos companheiros para nos despedirmos desses grandes homens”, disse o defensor.
Bastante emocionados, familiares das vítimas da tragédia precisaram ser carregados até o centro do gramado. “A gente esperava que o povo fosse comparecer, mas que fosse para comemorar, não para chorar por aqueles que se foram”, lamentou Nei Maidana, ex-presidente da Chapecoense e atual vice-presidente da Federação Catarinense de Futebol. “Mas fica como homenagem para todos eles. A gente fica muito emocionado.”
Celebração
O centro do gramado da Arena Condá recebeu cadeiras, seguranças e um altar para a celebração, onde se concentraram familiares e amigos das vítimas. De lá, foi celebrada a homenagem.
O cerimonial começou por volta das 21h15 com a execução de Knockin’ on Heaven’s Door, sucesso de Bob Dylan regravado pela banda Guns ‘n’ Roses – o conjunto prestou inclusive homenagem à equipe nas redes sociais. Os primeiros minutos do evento em Chapecó também tiveram um vídeo no telão do estádio, registrando as homenagens recebidas, além de um minuto de silêncio.
Após um primeiro pronunciamento religioso, a cerimônia foi suspensa. A torcida fez festa e gritou “é campeão”. Posteriormente, às 21h45, horário em que o jogo contra o Atlético Nacional começaria, as homenagens recomeçaram.
No retorno, o telão exibiu imagens com jogadores, dirigentes, funcionários e jornalistas que morreram no desastre. O goleiro Danilo e o presidente Sandro Pallaoro estiveram entre os mais festejados. Na sequência, o público passou a gritar “é campeão” e realizou uma salva de palmas de um minuto, encerrando o evento.
A organização do evento anunciou ainda a realização de um abraço coletivo no estádio, dentro e fora, no domingo. A nova cerimônia acontece às 17h, horário em que aconteceria a partida entre Chape e Atlético-MG pelo Campeonato Brasileiro.
Torcidas e faixas
Apesar da consternação dos presentes, o clima era de incentivo, com direito a cânticos do público. Entre eles, versos como “somos o Índio do Oeste”, recorrente nos jogos do time, e “me escutem em todo continente, sempre recordaremos a campeã Chapecoense”, como cantado pela torcida do Atlético Nacional em Medellín deste a terça-feira.
O público ainda exibia faixas nas arquibancadas faixas brancas com o nome de cada vítima da queda – jogadores, comissão técnica e dirigentes. Antes mesmo do início da celebração, o nome do goleiro Danilo foi cantado pelo menos três vezes. O camisa 1 era uma das referências do elenco do técnico Caio Júnior.