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Suspeito de matar namorada com tiro no peito em SC presta depoimento à polícia

O suspeito de matar a namorada e largá-la em um hospital de Joinville, no Norte catarinense, apresentou-se na tarde desta quinta-feira (25) na Delegacia de Homicídios da cidade. Câmeras de segurança do Hospital Bethesda mostram o momento em que Leonardo Nathan Chaves Martins abandona Gabriella Custódio da Silva, 20 anos, no pronto-socorro. A jovem foi levada à unidade com um tiro no peito. Ela não resistiu aos ferimentos e morreu.

Ele chegou na delegacia por voltas das 16h. O depoimento dele durou quase três horas. Conforme o advogado de Leonardo, de 21 anos, ele argumentou que o tiro foi acidental, enquanto mostrava para Gabriella a arma que o pai havia comprado.

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O delegado responsável pelo caso, Eliezer Bertinotti, detalhou o depoimento. “[Leonardo] declarou que na tarde do dia [da morte] foi para a casa dos pais junto com a vítima, que estava curioso para ver uma arma que o pai tinha adquirido no dia anterior e que ela estava curiosa também. Apanhou a arma com uma mão e o carregador na outra. O carregador da arma não estava acoplado à arma”, relatou o delegado.

“Foi até a cozinha, levantou a mão para mostrar a arma para ela e a arma disparou sozinha, segundo a declaração dele. Não houve nenhum acionamento mecânico, segundo a declaração dele, apesar de ser inquirido quanto à impossibilidade de disparo automático da arma sem acionamento”, continuou o delegado.

O suspeito não levou a arma à delegacia. “Ele falou que na fuga dispensaram a arma no rio, indo para São Francisco do Sul [Norte catarinense]”, disse o delegado.

Após o depoimento ao delegado Eliezer Bertinotti , Leonardo saiu em liberdade da Delegacia de Homicídios de Joinville. A Polícia Civil segue investigando o caso e vai decidir se pede a prisão preventiva de Leonardo.

Câmeras mostram suspeito deixando namorada ferida com tiro no hospital

Nas imagens das câmeras de segurança do hospital (veja vídeo acima), o namorado chega na recepção do pronto-atendimento às 17h24 de terça-feira (23). Na sequência, pede ajuda a enfermeiros e entra com ela no colo. Menos de um minuto depois, ele deixa o hospital.

Morte

A jovem morreu após ser baleada na casa da sogra no distrito de Pirabeiraba, em Joinville. Depois ela foi levada para a unidade de saúde dentro do porta-mala do carro. “Quem estava ali, o próprio guarda, o próprio pessoal que estava ali, viram que ela chegou dentro do porta-mala. Depois que ele deixou ela, ia pegar os documentos pra fazer a ficha, mas não retornou mais”, disse o diretor do Hospital Bethesda, Hilário Dalmann.

“Foi tentado reanimar durante 20 minutos, sem sucesso, porque ela chegou sem sinais vitais. Ela levou um tiro no tórax superior direito”, explicou o diretor da unidade.

O corpo de Gabriella foi enterrado por volta das 9h desta quinta em Penha, no Litoral Norte.

Roupa trocada

A irmã de Gabriella, Andreza Custódio Silva, disse à NSC TV que a roupa da jovem foi trocada antes de ela ser levada ao hospital. “Essa camiseta foi entregue no hospital, estava nela. Não tem tiro nenhum. Eles trocaram o vestidinho que ela tinha. Não tem tiro, não tem marca, não tem nada”, disse Andreza.

Ainda segundo Andreza, o pai que reside em Penha, município que fica a 69 quilômetros de Joinville onde ocorreu o crime, precisou ligar em diversos hospitais para descobrir onde a filha havia sido deixada.

“Os meus pais ficaram muito preocupados com ela. Ligavam e ela não atendia. Depois de muito tempo o pai dele mandou um áudio dizendo que tinha acontecido uma fatalidade e o Leonardo tinha atirado na minha irmã. Disse que não podia falar mais nada e não nos atendeu. Meu pai me ligou para eu ir ao hospital. Ele teve que ligar em todos os hospitais para saber onde estava”, afirma a irmã.

Segundo a irmã, Gabriella não chegou a comentar atitudes agressivas de Martins. “Ela sempre falava que ele era maravilhoso com ela. Agora a gente descobriu um monte de coisa. Que ele batia nela, ameaçava, que uma vez ele tentou jogar o carro dele com a mãe dele e com ela dentro, para matar as duas”, disse.

Investigação

O delegado Eliezer Bertinotti liberou Leonardo até concluir as investigações do inquérito. “A gente instaura o procedimento de acordo com aquilo que a gente recebe. O que a gente tem até agora é que o companheiro efetuou disparo contra companheira”, explicou.

A sogra de Gabriella prestou depoimento e afirmou que ouviu o disparo, mas não viu o casal após o tiro, segundo a Polícia Civil. Os policiais que atenderam o caso também prestaram depoimento.

O carro foi apreendido e arma usada no crime não foi encontrada.

Prisão de homem bêbado

Conforme o delegado Bertinotti, o namorado saiu do hospital e retornou para casa, onde deixou o veículo e fugiu. Em seguida, ele teria entrado em contato com pai dele para pedir ajuda. Um amigo do pai foi retirar o carro da casa.

“Quando o amigo do pai estava saindo com o veículo, a polícia chegou ao local e realizou a prisão dele por embriaguez ao volante, já que ele estava sob o efeito de bebida alcoólica”, explicou Bertinotti.

A Polícia Militar foi quem abordou o homem. Conforme o major Screpanti, foram feitas rondas em busca da Captiva. O carro foi encontrado com três ocupantes, todos testemunhas do crime. O motorista estava alcoolizado.

Com informações G1 SC

 

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