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Brasil X Uruguai: Seleção Brasileira perde invencibilidade de 37 jogos nas Eliminatórias

A derrota da seleção brasileira para o Uruguai, nesta terça-feira, foi o primeiro revés do Brasil em Eliminatórias desde outubro de 2015. A invencibilidade de 37 jogos, que durou oito anos, caiu na quarta rodada desta edição da competição, em Montevidéu, no Estádio Centenário, na vitória dos uruguaios por 2 a 0.

A última vez que o Brasil havia sido derrotado foi em 8 de outubro de 2015, na abertura das Eliminatórias para a Copa do Mundo da Rússia, de 2018, para o Chile, em Santiago, também por 2 a 0. Na ocasião, Eduardo Vargas e Aléxis Sánchez marcaram para os chilenos.

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A invencibilidade durou 37 jogos nas Eliminatórias – 28 vitórias e nove empates. A Seleção tinha em vigor a maior sequência da história da competição sul-americana, superando os 31 jogos invictos entre 1954 e 1993.

seleção brasileira

Esta também foi a primeira derrota para o Uruguai em 22 anos. A última vitória da Celeste em cima do Brasil havia sido em 2001, por 1 a 0.

Em 14 participações na competição, a Seleção perdeu apenas 13 vezes. Em três oportunidades para a Bolívia, duas para Chile, Paraguai, Argentina, Equador e, agora, Uruguai. O Brasil nunca foi derrotado pela Venezuela.

Seleção Brasileira sofreu derrota tripla no jogo contra Uruguai

Os números não mentem e através deles é possível ver o declínio da seleção brasileira que estava desde 2015 sem perder nas Eliminatórias da Copa do Mundo; eram 37 jogos de invencibilidade. A informação só piora quando mencionamos o Uruguai, há 12 jogos e 22 anos sem ganhar do Brasil. O passado de superioridade na América do Sul foi quebrado por um adversário que passa por uma renovação com Marcelo Bielsa, técnico argentino que gosta de roubar a bola e definir a jogada. Assim ele surpreendeu o Brasil, duas vezes. Desde 1983 a seleção brasileira não perdia por dois gols para o Uruguai.

Os passes brasileiros aumentaram e os erros, também. Uma decepção para quem aguardava uma partida ofensiva dos dois lados e viu o Brasil atuar com problemas no meio-campo, com um jogo previsível, pouco ritmo e sem criação. Sem volume de jogo para Bruno Guimarães, a seleção jogava para trás no primeiro tempo e concentrou muito a bola nos pés do goleiro e dos zagueiros. Sem falar da falta de organização no coletivo e de modo individual, dos jogadores com atuações bem inferiores. Aliás, individualidade prejudicada pelo coletivo – os erros fizeram com que o bom elenco perdesse a confiança.

Até o inflexível Bielsa surpreendeu com o Uruguai não se abrindo tanto como o esperado e, sem isso, o Brasil não soube ganhar campo e ficou 45 minutos sem chutar à gol. A crise no ataque teve Rodrigo participando pouco e Vini Jr vivendo uma contradição. No Real Madrid, ele está acostumado a atuar no um conta um, agora precisa concentrar a atenção defensiva em mais jogadores na seleção. Essa confusão tornou o Brasil incapaz, já que para o Dinizismo dar certo é necessário tempo de adaptação.

Neymar até conseguiu sair da pressão uruguaia, mas em regiões do campo que não levavam perigo. Com a lesão no joelho esquerdo do camisa 10, a seleção perde em rendimento e no esquema do Diniz será difícil encontrar substituto que funcione. Algo que poderá demorar meses de recuperação para Neymar, enquanto Diniz tem pressa para se afirmar.

Com um elenco semelhante à última temporada, o treinador pegou uma seleção bem trabalhada por Tite – apesar da eliminação na Copa. Diniz tem um perfil autoral e foi escolhido para propor algo novo, mudar o sistema de jogo. Contra o Uruguai, ele mostrou que esse modelo ainda não se encaixou e pode ser arriscado. O atual técnico do Brasil ficará até junho? Se a ideia é esperar Ancelotti, o perfil do italiano é mais parecido com o do Tite. Por que da mudança tão brusca? Caso o técnico do Real Madrid não cumpra com a palavra, permanecer com Diniz é a ideia? Restam várias dúvidas e a principal delas é saber se Diniz vai insistir nessa ideia de jogo ou irá se adaptar, como Bielsa.

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