O segundo dia do Julgamento do caso da Chacina de Saudades, nesta quinta-feira, 10, está chegando aos momentos decisivos, sendo o debate com o promotor de justiça e defesa. A sessão iniciou na comarca de Pinhalzinho às 9h15, com o início do debate entre acusação e defesa, que teve momentos de profunda emoção no Salão do Tribunal do Júri.
Na sustentação oral da acusação, o Promotor de Justiça, Bruno Poerschke Vieira, apresentou os laudos oficiais que atestaram a sanidade mental do réu. O objetivo foi mostrar que ele não sofre de problemas psiquiátricos: “Esse homem sabia exatamente o que estava fazendo. Ele planejou minuciosamente o ataque à creche e isso ficou comprovado durante as investigações”, disse.
Conforme consta no relatório gerado a partir do que foi encontrado no computador do réu, nos meses que antecederam o crime, ele fez várias pesquisas na internet sobre armas, chacinas ocorridas ao redor do mundo e assassinos em série.
As buscas eram sobre fabricação de bombas, acusados por ataques em escolas, compra de arma de fogo e assuntos que demonstram ódio por crianças e mulheres. “Se ele for absolvido e sair pela porta da frente deste tribunal, voltará a fazer o que mais gosta, que é matar, por isso peço para que o condenem pelos crimes que cometeu”, pediu o promotor.
Promotor de Justiça encerrou apresentação com um emocionante vídeo
A apresentação foi encerrada com um emocionante vídeo feito a partir de fotos das vítimas fatais, reluzindo felicidade em curtas vidas. O promotor de Justiça concluiu fazendo uma associação entre o nome da cidade e o sentimento vivido pelas famílias que perderam entres queridos em 4 de maio de 2021. “Saudades, saudades do cheiro, do abraço, do sorriso. Saudades das noites sem dormir, dos choros, dos momentos de alegria e de tristeza. Saudades eternas. Quando a esposa perde o marido, ela se torna viúva. Quando alguém perde o pai ou a mãe, se torna órfão. Mas quando se perde um filho, ficam apenas saudades”, concluiu Vieira.
O plenário foi tomado pelo som da voz do jurista e pelo choro dos familiares, amigos e demais presentes. Servidores, policiais, socorristas e outros envolvidos profissionais no julgamento também não conseguiram conter as lágrimas.
O réu não quis acompanhar a fala da acusação, e saiu do Salão do Tribunal do Júri, voltando para ouvir a manifestação do advogado de defesa Demetryus Eugenio Grapiglia. Ele manteve o argumento de que o réu foi manipulado por amigos da internet e que tem doenças psiquiátricas.
De acordo com a acusação, a dificuldade de adquirir a arma de fogo, mudou o alvo dois meses antes de praticar o crime. O acusado entrou na escola com um livro para disfarçar a intenção. Os quatro promotores que trabalharam no caso fizeram questão de participar do julgamento, embora apenas Vieira fez o uso da palavra, já que é titular do caso.
Com informações Diário Regional