O desembargador Zoldan da Veiga, que pediu vistas do processo por duas vezes, votou pela substituição da detenção por cautelares, mas Cinthia Bittencourt Schaefer, relatora, e Luiz Schweitzer optaram pela manutenção das prisões.
Enquanto Salvaro está detido, o vice-prefeito, Ricardo Fabris (MDB), foi empossado como interino. O político de Criciúma nega crimes e cita questões políticas.
Operação que prendeu o prefeito de Criciúma
Salvaro foi detido na segunda fase da Operação Caronte junto com outros nove suspeitos. Conforme a decisão que autorizou a operação, assinada pela desembargadora Cinthia Bittencourt Schaefer, a investigação teve início após denúncias de possível fraude em um processo licitatório para a contratação de empresas de serviços funerários na cidade.
Na primeira etapa, em 5 de agosto deste ano, buscas foram feitas na sede da prefeitura de Criciúma e na casa do prefeito. Na época, foram cumpridos sete mandados de prisão.
A apuração aponta que houve alteração na legislação municipal que resultou na redução do número de funerárias habilitadas a operar na cidade.
“As investigações revelaram um complexo e permanente esquema de supostos crimes contra a administração pública e consumidores em Criciúma, sobretudo no controle do serviço funerário”, cita o documento.
Acordo entre funerárias para reduzir a concorrência, aumento abusivo de valores de serviços para velórios e má qualidade de produtos ofertadosestão entre as irregularidades identificadas pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
Em um vídeo divulgado pela equipe de Clésio Salvaro logo após a confirmação da prisão dele, o prefeito afirmou que um dos grandes projetos dele era regularizar a central funerária da cidade. Além de negar participação em crimes, Salvaro citou questões políticas:
“Eu tenho certeza da minha inocência. Jamais, em momento algum e o processo vai ficar livre. Não há dolo, não há intenção, não há vantagens, não há absolutamente nada, nada, nada que possa me incriminar”, disse o político em um trecho do vídeo.
A defesa de Salvaro também publicou uma nota afirmando ter sido surpreendida com a prisão do político, “não apenas pelo fato de já haver denúncia oferecida, mas pela inexistência de qualquer fato novo que justifique essa medida extrema e, principalmente, pela ausência de justa causa para a própria ação penal, uma vez que os argumentos apresentados pelo Ministério Público estão longe de caracterizar qualquer prática criminosa do Prefeito, senão o exercício legítimo do seu múnus público”.
Nesta quinta-feira (19), o g1 voltou a procurar a assessoria de Salvaro, que respondeu em nota:
“À vista da decisão tomada pela Câmara, por maioria, a defesa irá pedir, de imediato, o desmembramento do processo, separando os réus preso daqueles soltos, para maior agilidade no exame da denúncia, da sua rejeição ou recebimento”.