A Polícia Civil de Santa Catarina afirmou nesta quarta-feira, dia 30, que o sequestro da menina de 4 anos há 14 dias em Palhoça, na Grande Florianópolis, seria para realizar a produção de materiais de pornografia infantil e praticar abuso sexual. O delegado Fábio Pereira concluiu o inquérito sobre o caso e confirmou que casal preso em flagrante com a criança dois dias após o crime fez outra vítima na região.
Apesar da motivação do sequestro, as investigações apontaram que a menina de 4 anos não chegou a ser abusada sexualmente segundo apontou a investigação. Ela foi entregue a família no mesmo dia em que os agentes a encontraram junto com o casal.
Durante a busca por provas, a polícia descobriu que os suspeitos se aproximavam de pessoas carentes por meio das redes sociais oferecendo presentes, passeios e alimentos às famílias. Conforme o delegado, após ganhar a confiança das famílias, os filhos dessas pessoas acabavam passando alguns dias na residência da mulher e do homem.
No caso da menina sequestrada, porém, a polícia afirmou que a mãe recusou a aproximação em uma primeira abordagem. Isso explica o golpe na cabeça que a mulher sofreu no dia do sequestro, dentro de casa, antes do roubo da filha. Ao menos dez pessoas foram ouvidas durante a investigação.
Na residência em que a vítima de 4 anos foi encontrada, os agentes apreenderam imagens de uma outra criança que teria visitado o casal. Durante esse período, ela foi vítima de estupro de vulnerável.
“Uma dessas crianças, a Polícia Civil acabou apurando que foi vítima de crimes de abuso sexual previsto no estatuto da Criança e do Adolescente, produção de imagens, bem como o crime de armazenamento de imagem pornográfica”, afirmou Pereira.
Com a conclusão do inquérito, o casal foi indiciado por sequestro qualificado, lesão corporal grave (contra a mãe da menina sequestrada), armazenamento de material de pornografia infantil, estrupo de vulnerável e produção de material pornográfico. Além disso, eles responderão por maus-tratos a animais, já que a polícia encontrou indícios de crimes dessa natureza.
Segundo Pereira, os suspeitos foram ouvidos na terça-feira, dia 29. Em depoimento, a mulher, de 29 anos, disse que só queria ajudar crianças carentes. Já o homem, de 44, ficou em silêncio.
Aproximação de outras famílias
As identidades dos suspeitos não foram divulgadas, mas fotos do casal viralizaram nas redes sociais após a prisão. Com isso, ao menos quatro famílias com crianças pequenas relataram para as autoridades que os dois presos já haviam tentado algum tipo de aproximação.
Segundo a diretora de Polícia Civil da região, Eliane Chaves, os relatos das pessoas são de que o casal interagia com os adultos para depois aliciar os menores.
“Diversas famílias estão procurando a polícia dizendo que já tiveram algum contato com o casal. Tem relatos que (os suspeitos) falavam que eram professores, convidavam a criança pra ir à praia. Eles chegavam, tomavam a confiança dos pais pra se aproximar da criança”, disse Eliane.
Os suspeitos são naturais do Rio Grande do Sul, mas moravam em Florianópolis há alguns anos, informou a polícia.
Com informações G1 SC